Além do calorão, consumidor precisa se preparar para conta de luz mais cara
Ar-condicionado e ventilador fazem consumidores refém, neste período, o que aumenta ainda mais o consumo
Nos últimos dias, o campo-grandense tem se preocupado em fazer de tudo para acabar com o calorão, mas esquece que depois a conta chega. Neste período, ventilador, ar-condicionado e umidificador têm sido os aliados para tentar amenizar as altas temperaturas.
Conforme exemplo dado pelo Concen/MS (Conselho de Consumidores da Área de Concessão), o consumidor que possui um aparelho de ar-condicionado de 10.000 BTUs, se ligar durante 8h por dia, durante 30 dias seguidos, vai consumir 324 kWh (quilowatt-hora) no mês que lhe custarão R$ 377,99, e certamente aumentará substancialmente a conta de luz. A indicação é para que compre o aparelho mais avançado, como é o caso do inverter.
“Sempre que resolver adquirir um equipamento, o consumidor deve pensar no custo final incluindo a energia e se cabe no seu bolso. Infelizmente a energia elétrica mais os encargos e impostos está muito cara”, pontuou o consultor do conselho, Ricardo Vidinich.
Ainda conforme avalia o profissional, em Campo Grande, vende-se ar-condicionado parcelado. "Equipamento em 10 suaves prestações de R$ 189,90 por mês. No fim, somando-se o custo de energia, o dispêndio mensal será de R$ 567,89”, destacou.
Já um ventilador de teto, se tiver os mesmos gastos no mês que o ar-condicionado, são gastos R$ 33,60.
A aposentada Eunice Moreira, de 77 anos, é uma das pessoas que se vê refém do uso dos aparelhos. "De manhã quando eu acordo, já levo o ventilador para cada canto aonde vou. A noite é só ar-condicionado até eu acordar no outro dia", relata.
Ela conta que por mês gasta cerca de R$ 340 de energia e que para outubro já espera mais que R$ 400.
"Vai fazer o que com o gasto, se está calor e nós mesmos somos responsáveis por essa mudança climática. Tá difícil esse calor, não tenho ânimo para nada", ressalta.
O aposentado Aurélio Tomaz dos Santos, de 73 anos, também não se importa muito com o resultado da conta. "É ventilador direto, mas vai fazer o que? A gente tenta economizar de um lado, mas gasta de outro". Aurélio estima que a conta vai sair dos R$ 120 que já paga para, pelo menos, R$ 150.
Ele conta que depois que busca o bisneto na escola e chega em casa, a primeira coisa que faz é ligar o ventilador e o umidificador para tentar amenizar o calor.
O que também já demonstra as consequências para o próximo mês é o aumento do consumo. Segundo a Energisa, o pico de consumo de energia elétrica em Mato Grosso do Sul foi registrado no dia 21 de setembro, às 21h45, atingindo 1.248 MW (Megawatts). O recorde havia sido em 29 de março deste ano, quando o uso foi de 1.214 MW.
A diferença no aumento de consumo é o suficiente para abastecer a quarta maior cidade de Mato Grosso do Sul, Corumbá.
Sobrecontratação – Segundo Vidinich, os consumidores cativos estão pagando por sobrecontratação de energia, que é quando o montante de contratos de energia supera a demanda das distribuidoras para atender seus consumidores.
“Sem dúvida o aumento do consumo ajudará a reduzir essa sobra e implicará em algum resultado positivo no próximo ano quando as tarifas forem calculadas. Algo que preocupa muito o Concen é que essa sobra de energia contratada é fruto da saída de consumidores para o mercado livre e da implantação muito acelerada de painéis solares através do sistema de compensação de energia elétrica”, explicou.
Na última revisão tarifária de 2023 da Energisa MS, a sobrecontratação implicou em cobrança de R$ 177,6 milhões na rubrica “financeiros” que aumentou a tarifa final em 4,84% em média.
Uso racional – A presidente do Concen, Rosimeire Costa, diz que quer orientar o consumidor sobre o uso racional da energia elétrica. “Queríamos orientar o consumidor no sentido de usar racionalmente a energia elétrica. Estamos muito preocupados com a fatura zero, o teto de consumo é de 220 quilowatt-hora. Queremos lembrar desses cuidados que se deve ter”, aconselha.
Ela também orienta sobre manter o ar-condicionado sempre na temperatura 23. “Ar-condicionado e ventilador não tem jeito. A orientação que a gente dá é comprar um modelo mais eficiente, inverter, e usar sempre no 23. Eu estive acessando alguns colegas engenheiros, se muda do 23 para 21, puxa mais 7 quilowatt só por conta dessa mudança e vai resfriar igual”, completou.
Veja abaixo dicas simples para evitar o aumento de consumo e evitar mais gastos na fatura de energia.
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