ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, DOMINGO  22    CAMPO GRANDE 25º

Economia

Além do calorão, consumidor precisa se preparar para conta de luz mais cara

Ar-condicionado e ventilador fazem consumidores refém, neste período, o que aumenta ainda mais o consumo

Por Izabela Cavalcanti | 25/09/2023 11:49
Ar-condicionado ligado na temperatura 16°C, o que aumenta ainda mais o consumo de energia (Foto: Izabela Cavalcanti)
Ar-condicionado ligado na temperatura 16°C, o que aumenta ainda mais o consumo de energia (Foto: Izabela Cavalcanti)

Nos últimos dias, o campo-grandense tem se preocupado em fazer de tudo para acabar com o calorão, mas esquece que depois a conta chega. Neste período, ventilador, ar-condicionado e umidificador têm sido os aliados para tentar amenizar as altas temperaturas.

Conforme exemplo dado pelo Concen/MS (Conselho de Consumidores da Área de Concessão), o consumidor que possui um aparelho de ar-condicionado de 10.000 BTUs, se ligar durante 8h por dia, durante 30 dias seguidos, vai consumir 324 kWh (quilowatt-hora) no mês que lhe custarão R$ 377,99, e certamente aumentará substancialmente a conta de luz. A indicação é para que compre o aparelho mais avançado, como é o caso do inverter.

“Sempre que resolver adquirir um equipamento, o consumidor deve pensar no custo final incluindo a energia e se cabe no seu bolso. Infelizmente a energia elétrica mais os encargos e impostos está muito cara”, pontuou o consultor do conselho, Ricardo Vidinich.

Ainda conforme avalia o profissional, em Campo Grande, vende-se ar-condicionado parcelado. "Equipamento em 10 suaves prestações de R$ 189,90 por mês. No fim, somando-se o custo de energia, o dispêndio mensal será de R$ 567,89”, destacou.

Já um ventilador de teto, se tiver os mesmos gastos no mês que o ar-condicionado, são gastos R$ 33,60.

A aposentada Eunice Moreira, de 77 anos, é uma das pessoas que se vê refém do uso dos aparelhos. "De manhã quando eu acordo, já levo o ventilador para cada canto aonde vou. A noite é só ar-condicionado até eu acordar no outro dia", relata.

Eunice usa ar-condicionado a noite inteira na casa onde mora, no Coronel Antonino (Foto: Izabela Cavalcanti)
Eunice usa ar-condicionado a noite inteira na casa onde mora, no Coronel Antonino (Foto: Izabela Cavalcanti)

Ela conta que por mês gasta cerca de R$ 340 de energia e que para outubro já espera mais que R$ 400.

"Vai fazer o que com o gasto, se está calor e nós mesmos somos responsáveis por essa mudança climática. Tá difícil esse calor, não tenho ânimo para nada", ressalta.

O aposentado Aurélio Tomaz dos Santos, de 73 anos, também não se importa muito com o resultado da conta. "É ventilador direto, mas vai fazer o que? A gente tenta economizar de um lado, mas gasta de outro". Aurélio estima que a conta vai sair dos R$ 120 que já paga para, pelo menos, R$ 150.

Aurélio estava saindo de casa para buscar o bisneto na escola. Quando chega em casa, a primeira coisa que faz é ligar o ventilador (Foto: Izabela Cavalcanti)
Aurélio estava saindo de casa para buscar o bisneto na escola. Quando chega em casa, a primeira coisa que faz é ligar o ventilador (Foto: Izabela Cavalcanti)

Ele conta que depois que busca o bisneto na escola e chega em casa, a primeira coisa que faz é ligar o ventilador e o umidificador para tentar amenizar o calor.

O que também já demonstra as consequências para o próximo mês é o aumento do consumo. Segundo a Energisa, o pico de consumo de energia elétrica em Mato Grosso do Sul foi registrado no dia 21 de setembro, às 21h45, atingindo 1.248 MW (Megawatts). O recorde havia sido em 29 de março deste ano, quando o uso foi de 1.214 MW.

A diferença no aumento de consumo é o suficiente para abastecer a quarta maior cidade de Mato Grosso do Sul, Corumbá.

Sobrecontratação –  Segundo Vidinich, os consumidores cativos estão pagando por sobrecontratação de energia, que é quando o montante de contratos de energia supera a demanda das distribuidoras para atender seus consumidores.

“Sem dúvida o aumento do consumo ajudará a reduzir essa sobra e implicará em algum resultado positivo no próximo ano quando as tarifas forem calculadas. Algo que preocupa muito o Concen é que essa sobra de energia contratada é fruto da saída de consumidores para o mercado livre e da implantação muito acelerada de painéis solares através do sistema de compensação de energia elétrica”, explicou.

Na última revisão tarifária de 2023 da Energisa MS, a sobrecontratação implicou em cobrança de R$ 177,6 milhões na rubrica “financeiros” que aumentou a tarifa final em 4,84% em média.

Tabela mostra gasto mensal com ar-condicionado e ventilador (Foto: Reprodução/Concen)
Tabela mostra gasto mensal com ar-condicionado e ventilador (Foto: Reprodução/Concen)

Uso racional – A presidente do Concen, Rosimeire Costa, diz que quer orientar o consumidor sobre o uso racional da energia elétrica. “Queríamos orientar o consumidor no sentido de usar racionalmente a energia elétrica. Estamos muito preocupados com a fatura zero, o teto de consumo é de 220 quilowatt-hora. Queremos lembrar desses cuidados que se deve ter”, aconselha.

Ela também orienta sobre manter o ar-condicionado sempre na temperatura 23. “Ar-condicionado e ventilador não tem jeito. A orientação que a gente dá é comprar um modelo mais eficiente, inverter, e usar sempre no 23. Eu estive acessando alguns colegas engenheiros, se muda do 23 para 21, puxa mais 7 quilowatt só por conta dessa mudança e vai resfriar igual”, completou.

Veja abaixo dicas simples para evitar o aumento de consumo e evitar mais gastos na fatura de energia.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Energisa dá dicas para economizar energia (Arte: Lennon Almeida)
Energisa dá dicas para economizar energia (Arte: Lennon Almeida)


Nos siga no Google Notícias