Arauco definirá em janeiro ações para reduzir impactos em Inocência
Chilena recebeu estudo para medidas que deve financiar; população vai quase duplicar
A empresa chilena Arauco recebeu, recentemente, dados de um estudo sobre Inocência e os impactos que a chegada da fábrica de celulose deve causar na cidade para discutir com o poder público, e a comunidade, ações mitigatórias que vai financiar ou concretizar para compensar o município sobre o empreendimento. A obra está na fase de terraplanagem e deve chegar a atrair 14 mil pessoas no pico da construção, fase que pode durar oito meses. Com pouco mais de oito mil habitantes, a projeção é quem após ativada a fábrica, a população fique entre 12 e 14 mil pessoas. Hoje, há 1.800 pessoas trabalhando na preparação da área.
RESUMO
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A empresa Arauco está construindo uma fábrica de celulose em Inocência (MS), com previsão de gerar 14 mil empregos no pico da construção (8 meses) e 6 mil empregos diretos e indiretos após a ativação. A obra, atualmente em fase de terraplanagem, está gerando impactos na cidade, e a Arauco está realizando um estudo para definir ações mitigatórias em diversas áreas, como segurança pública e habitação, incluindo a construção de 700 casas e melhorias na infraestrutura viária. A empresa também está investindo em qualificação profissional e parcerias com entidades locais para preparar a comunidade para as mudanças e oportunidades geradas pela fábrica, cujo investimento total é de US$ 4,6 bilhões e capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano.
Diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade, Theófilo Militão explicou que o estudo contratado reuniu indicativos sobre o impacto do empreendimento em nove áreas, como segurança pública, saúde, assistência social, saúde e habitação. Este mês já houve uma reunião com a comunidade e os trabalhos devem seguir até janeiro. Militão não delimitou valores de investimentos para ações compensatórias.
Segundo disse, primeiro é preciso dimensionar o que a cidade precisará para a partir disso se chegar a custos. Conforme ele, a preocupação é definir a melhor forma de mitigar as mudanças que a comunidade vivenciará para atuar para a “melhor qualidade de vida”.
Infraestrutura - Militão contou que o governo do Estado destinou uma área para a empresa construir um conjunto habitacional com cerca de 700 casas. Além disso, também fará obras viárias, para atender o transporte de produtos e pessoas, como criação de faixa adicional em trechos e reforço no pavimento da MS-377 e conclusão de pavimentação de uma estrada entre Inocência e Três Lagoas (MS-320), a principal cidade da região.
Quando foi definida a instalação da fábrica, o local escolhido foi perto da MS-377, que liga a BR-262 a Paranaíba, próximo ao Rio Sucuriú, para oferta de água e, ainda, com condições de instalação de um ramal ferroviário para o transporte da celulose até Aparecida do Taboado, onde seguirá pelo trecho da Ferronorte.
O empreendimento fica a 50 quilômetros da cidade. Uma das condições foi a criação de alojamento para os trabalhadores da obra fora do perímetro urbano, com estrutura própria de serviços de saúde, para evitar impacto muito grande no município. Com isso, os empregados ficarão a cerca de 10 km de Inocência.
A Arauco já mantém florestas de eucalipto sendo cultivadas na região para ter matéria-prima para quando a fábrica for colocada em operação. Nessa fase de obras, a empresa tem adotado “verificação muito forte e profunda” nas contratações de prestadoras de serviço e fornecedores e monitoramento da execução dos trabalhos para garantir cumprimento de direitos trabalhistas e evitar situações de calotes locais associados ao projeto.
Militão revelou haver uma interlocução permanente com o Governo do Estado, a prefeitura e reuniões com a comunidade. Para que os moradores conheçam o empreendimento e a própria produção de celulose e seu uso na indústria, a empresa vai inaugurar a Casa Arauco em Inocência.
Mão de obra – Com uma demanda tão grande por trabalhadores, a empresa buscou apoio do Senai para qualificar pessoal para a indústria e uma unidade deve ser instalada na cidade; também se associou à Famasul e Senar para preparar quem trabalha com o cultivo do eucalipto. Já o Sebrae atua com empresários locais para ajudá-los a se preparar para oportunidades que a fábrica deve trazer à cidade.
A empresa conta com cerca de 400 mil hectares para cultivo. Ela tem parcerias para as florestas, sem áreas próprias, já que, por ser estrangeira, teria de pedir autorização ao Governo Federal para ter propriedades no País.
A empresa estima que contará com mil empregados diretos na fábrica quando estiver operando, 2 mil pessoas voltadas à logística e 3 mil envolvidas com as florestas.
As projeções iniciais da empresa para a produção foram revisadas para cima há poucos meses, após definições em relação à tecnologia utilizada na fábrica, que será fornecida pela finlandesa Walmet. O investimento ficará em US$ 4,6 bilhões e a capacidade da planta será de 3,5 toneladas de celulose ao ano. Quando apresentou pedido de licença ao governo estadual, a Arauco estimou instalar duas plantas no local, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas cada. Com essa largada com mais potência, a ativação de uma nova planta pode ser decidida em um período mais largo.