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Economia

Armazéns estão lotados e produtores não têm onde estocar milho safrinha

Caroline Maldonado | 09/06/2015 11:35
Produtores de MS esperam colher 7,9 milhões de toneladas (Foto: Cleber Gellio)
Produtores de MS esperam colher 7,9 milhões de toneladas (Foto: Cleber Gellio)
Com armazéns cheios, silos bag são opção para armazenar grãos (Foto: Divulgação/Famasul)
Com armazéns cheios, silos bag são opção para armazenar grãos (Foto: Divulgação/Famasul)

A colheita do milho safrinha começa na próxima segunda-feira (15) em Mato Grosso do Sul e a expectativa é que a produção alcance 7,9 milhões de toneladas, mas os agricultores não terão armazéns suficientes para estocar boa parte desse volume. Isso, porque os depósitos ainda ocupam mais de 50% do total de 6,3 milhões de toneladas de soja, segundo a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul).

Contando soja e milho da primeira safra, tem-se ainda aproximadamente 5 milhões de toneladas de grãos estocados, segundo o analista de grãos da Aprosoja, Leonardo Carlotto. Isso, por conta das datas previstas nos contratos fechados pelos produtores, mas a situação não deve atrapalhar a colheita do milho. “Quando tivermos no momento de pico da colheita a soja já terá sido escoada na sua maioria. E o milho pode ser seco e armazenado nos silos bag”, explica Leonardo.

Os silos bag são grandes pacotes de até 90 metros de comprimento, que comportam os grãos. Essa é alternativa mais viável para os agricultores, que podem ainda escoar a produção para outras cidades, conforme o especialista. As regiões com mais dificuldade de armazenagem são dos municípios de Sonora, Caarapó, Rio Brilhante, Antônio João e Bonito.

O deficit de armazéns não afeta somente MS, mas todas as regiões produtoras do país, segundo o analista de mercado da Agroconsult Alan Malinski, que visita fazendas do Estado nesta semana, participando do Rally da Safra, evento dedicado ao levantamento técnico das produções do Brasil. “O problema é geral e verificado há nos, por mais que se tenha aumentado o número de armazéns, ainda faltam. Constatamos isso em quatro Estados, em Goiás, Mato Grosso e Paraná, além de MS”, detalha Alan.

A situação se dá porque o número de armazéns não acompanha o aumento na produção. “O produtor está conseguindo fazer praticamente duas safras na área. O investimento não cresceu na mesma proporção”, comenta, ao lembrar que a espera dos agricultores por preços melhores é outro fator que deixa os armazéns lotados.

O que tem segurado o preço em um bom patamar para os produtores sul-mato-grossenses é a taxa de câmbio, já que Estados Unidos e Argentina têm sido fortes concorrentes no mercado, também com safras recordes. “Então vai ter muita oferta. A tendência é melhorar muito o preço da soja, porque esperamos que a demanda continue no patamar que está para o preço melhorar”, explica o analista.

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