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Economia

Apesar do clima, produção de soja chegou a 6,3 milhões de toneladas em MS

Mariana Rodrigues | 22/05/2015 18:00
O preço pago pela saca de 60 quilos teve queda considerável, ficando em US$ 9,75. (Foto: Marcos Ermínio/ Arquivo)
O preço pago pela saca de 60 quilos teve queda considerável, ficando em US$ 9,75. (Foto: Marcos Ermínio/ Arquivo)

Apesar de todos os empecilhos enfrentados pela safra 2014/2015, como a estiagem e o excesso de chuvas, a produção de soja chegou a 6,3 milhões de toneladas. O preço pago pela saca de 60 quilos teve queda considerável, ficando em US$ 9,75. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (22), em um circuito de apresentações de resultados de pesquisas, promovido pela Fundação MS em parceria com o Senar MS (Serviço de Aprendizagem Rural).

De acordo com Luiz Alberto Moares Novaes, presidente da Fundação MS, realmente houve uma retração no mercado, um momento de cautela. "O que nos ajuda muito hoje é a taxa de câmbio, pois a gente não sabe o cenário para o próximo ano. Estamos em uma situação de apreensão por essa queda de praticamente 40% nas exportações internacionais", comentou.

Luiz Alberto acredita que o aumento do dólar ajuda neste momento, mas que é preciso cautela com relação aos investimentos e gastos. "Podemos ter um custo de produção alto neste ano e um valor dos produtos podem ser comprimidos em função dessa redução da cotação da moeda norte-americana".

Com relação ao percentual de comercialização, o presidente da Fundação MS disse que existe um aumento de custo de produção para a próxima safra 2015/2016. "Quando vemos os preços dos produtos perdendo valor e os custos de produção aumentando, realmente podemos considerar o cenário preocupante", afirmou.

Para José Fernando Grigolli, pesquisador da Fundação MS, a grande parte dos produtores que não estocam a soja na propriedade já venderam o produto. "Com o dólar subindo, esse preço para quem está vendendo é bom, mas para quem está comprando é ruim, é uma balança que precisa ser avaliada". Grigolli acrescenta que, a expectativa de comercialização para a próxima safra é de preços parecidos com o desta safra devido a demanda de exportação, principalmente dos chineses, que são um dos maiores exportadores do grão.

Atraso - O que mais chamou a atenção nesta safra foi justamente o atraso do plantio, que fez com que as áreas plantadas tivessem um rendimento melhor em relação a produtividade. De acordo com Leonardo Carloto, analista em agricultura, se comparado ao ano passado, o plantio começou mais cedo, o que gerou uma média de 46 sacas por hectare para o Estado. "Este ano tivemos esse atraso e tivemos um resultado próximo de 50 sacas por hectare, são quatro sacas por hectare, esse número para o produtor é vantajoso".

Entre os municípios que se destacaram, estão Maracaju, Chapadão do Sul, Paraíso das Águas, Sonora e São Gabriel do Oeste. Os municípios que produziram menos estão localizados na região da Grande Dourados, eles sofreram com a estiagem e tiveram a mesma média do ano passado.

Pragas - Com relação aos índices negativos dessa safra, Leonardo apontou que cerca de 40% das propriedades têm problemas com ervas daninhas, buvas e capim amargoso. "Isso vem incomodando a algum tempo os produtores, temos que nos posicionar e tomar algumas atitudes em relação a isso para que o produtor possa se sentir mais seguro", comentou.

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