Produção de cana-de-açúcar cresce 12,8%, mas soja e milho ficam estáveis
A produção agrícola de Mato Grosso do Sul em relação a cana-de-açúcar teve crescimento de 12,8% em maio, quando comparado a abril de 2015, devido as chuvas que beneficiaram as lavouras. A produção esperada para a cultura neste ano é de 50,2 milhões de toneladas, segundo dados divulgados hoje pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
A produção de grãos no Brasil, safra 2014/2015, está estimada em 202,23 milhões de toneladas, sendo 4,4% ou 8,6 milhões de toneladas a mais que na safra 2013/14, quando atingiu 193,62 milhões de toneladas, segundo a Conab. As chuvas ajudaram o desenvolvimento dos grãos em Mato Grosso do Sul, com destaque para o milho, algodão, cana-de-açúcar, soja e trigo.
Em relação ao milho, a produção total estimada, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para esta safra é de 76,3 milhões de toneladas, alta de 0,5% em relação ao mês anterior. Mato Grosso do Sul estima rendimento médio 4,2% superior em comparação com março. Espera-se uma produção em 7,7 milhões de toneladas, 4,8% maior que em abril.
De acordo com a Conab, no Estado a semeadura do milho de segunda safra foi estendida para março, estimando-se que aproximadamente 30% do total está sendo cultivada fora do período recomendado tecnicamente. Diferentemente do que ocorre nos outros Estados da região Centro-Oeste, os riscos relacionados com a ocorrência de geadas no Sul e Sudoeste, ou seca no Norte do estado, podem comprometer parte da produção esperada.
Soja - A expectativa de maio para a produção da soja em todo o país é de 95,6 milhões de toneladas, representando ligeira alta de 0,9% frente ao mês anterior. O principal motivo da alteração positiva da produção é a colheita em estágio final que tem dados melhores que as estimativas feitas anteriormente, mostrando que a cultura foi menos prejudicada pela seca do que se esperava, conforme o IBGE.
Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná são responsáveis por 72,3% da alta na estimativa de produção. Mato Grosso do Sul tem estimativa de rendimento médio 3,2% superior ao apresentado no mês de março. Também apresenta alta na área plantada de 1,4% fazendo com que a expectativa de produção seja de 7,1 milhões de toneladas, superior 4,7% em relação ao mês antecedente.
Algodão - Em Mato Grosso do Sul a maioria do algodão é plantado na região dos Chapadões e a maior parte atingiu 120 DAE (dias após emergência), o que corresponde à fase de floração e início da frutificação. Segundo a Conab, há um bom aspecto da cultura, com bom desenvolvimento e boa produtividade. Nas últimas semanas foi observada a redução da intensidade e frequências das chuvas, o que é benéfico nesta fase da cultura.
Em São Gabriel do Oeste o algodão se desenvolve bem, após passar por ataque intenso e recorrente de mosca branca (Bemisia tabaci) desde a germinação da cultura até a fase reprodutiva, a praga diminuiu nestes últimos dias após controle realizado; o bicudo ainda tem baixa presença na cultura da região. Alguns pontos da lavoura apresentam ataques de lagartas Spodopteras, muitas destas estão migrando de culturas de milho semeados próximo ao algodão, mas até o momento não causam dano econômico à cultura, pois está sendo feito o controle quando a praga ultrapassa o índice aceitável.
Arroz - A cultura do arroz beneficiou-se do excelente regime de chuvas no Mato Grosso, haja vista que a ampla maioria da cultura está colhida. Além da boa produtividade. Há relatos de rendimento de 56, 58 e até mesmo 60% de grãos inteiros, o que é excelente para a região. Situação que também é relatada no Mato Grosso do Sul, onde as condições favoráveis desde o início da safra influenciaram os produtores, proporcionando o aumento da área plantada, assim como influenciou positivamente na produtividade média de arroz naquele estado.
Trigo - Conforme a Conab, a intenção de plantio de trigo em Mato Grosso do Sul indica uma tendência de aumento da área cultivada em relação à safra passada em 8,3%, podendo atingir em torno de 13 mil hectares. Há uma certa indefinição no plantio em função do atraso no plantio do milho segunda safra que retardou o ciclo, e parte destas áreas poderão ser utilizadas para o plantio de trigo. Por isso, não se pode considerar os números como absolutos, pois poderão sofrer algumas alterações até o final de maio.
Em abril, a Região Centro-Oeste em quase sua totalidade apresentou volumes acima ou muitos próximos à média histórica do mês, com acumulados entre 100 e 200 mm no Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, e entre 90 e 150 mm no Mato Grosso do Sul.