Balança comercial de MS tem superávit de US$ 2,6 bilhões neste ano
Soja e celulose puxaram exportações do Estado de janeiro a outubro, resultado é 29% maior ao registrado no mesmo período de 2017
As exportações de soja e celulose de Mato Grosso do Sul puxaram o saldo positivo da balança comercial do Estado, que registrou exportações de US$ 4,8 bilhões entre janeiro e outubro deste ano, contra US$ 4,1 bilhões no mesmo período de 2017, um aumento de 18%. O montante também influenciou o superavit nas negociações, com saldo positivo US$ 2,6 bilhões (29% maior que o registrado em 2017).
Os dados foram divulgados na Carta Conjunta do Setor Externo, da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Titular da pasta, Jaime Verruck afirma que o bom desempenho é resultado do aumento nas exportações de soja (de 30,9%) e de celulose (42,73%) na comparação com 2017. Os dois produtos representam 44% do total de exportações.
A soja brasileira, destacou o secretário, foi beneficiada pela sobretaxa de 25% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, aumentando a demanda por produtos brasileiros –que escapam da cobrança a maior.
Por outro lado, houve quedas nas exportações de carnes, de 15,48% sobre a bovina e de 25,84% na de aves, ainda dependentes de novos acordos comerciais e restabelecimento do credenciamento de frigoríficos para exportação. A variação do câmbio também ajudou: a queda de 8,7% da cotação do dólar frente ao real na comparação da média de cotações entre setembro e outubro também influenciou a remuneração do exportador.
As exportações de soja superaram as 4,5 milhões de toneladas, rendendo US$ 1,78 bilhão de janeiro a outubro deste ano. Em 2017, foram 3,6 milhões de toneladas exportadas, com rendimento de US$ 1,36 bilhão. Na celulose, foram US$ 1,5 bilhão arrecadados com a venda de 3,1 milhões de toneladas –em 2017, foram US$ 1 bilhão e 2,5 milhões de toneladas.
Balanço – Proporcionalmente, porém, o maior avanço nas exportações ocorreu com óleos e gorduras vegetais e animais, que renderam US$ 168 milhões com a venda de 411 mil de toneladas. No ano passado, a arrecadação foi de US$ 112 milhões com a venda de 328 mil toneladas (alta de 50%).
As vendas de açúcar tiveram a maior redução: enquanto de janeiro a outubro de 2017 as vendas foram de 1,3 milhão de toneladas, rendendo US$ 502 milhões; neste ano foram US$ 156,4 milhões negociados e "apenas" 530 mil toneladas vendidas.
Em relação às importações, petróleo e gás natural continuam a liderar as compras externas: foram US$ 1,2 bilhão negociados para a aquisição de 5,2 milhões de toneladas dos produtos. Curiosamente, em 2017, as compras totalizaram US$ 1,19 bilhão, mas sobre 6,3 milhões de toneladas. Químicos inorgânicos, tecidos e produtos de metalurgia completam os quadros de maiores importações.
A China segue como a principal parceira comercial do Estado, representando 48,51% do total das exportações entre janeiro e outubro –porém, as compras da Argentina cresceram 46,82% do total, frente a 40,78% dos chineses. As exportações para os argentinos, segundo maior parceiro comercial do Estado, representam 7,47% do total de vendas internacionais do Estado.
Verruck afirma que, além de ser um importante parceiro comercial do país, os argentinos sinalizam com investimentos a partir do terminal portuário de Porto Murtinho, onde as exportações cresceram 152,74% neste ano. Em Corumbá, a alta foi de 6,37%.
Itália (4,31%), Holanda (4,26%), Hong Kong (3,27%), Irá (2,74%), Chile (2,56%), Estados Unidos (2,31%), Uruguai (1,85%) e Coreia do Sul (1,61%) completam o quadro dos dez maiores compradores internacionais do Estado, respondendo por quase 80% das vendas externas.