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Economia

Cesp reabre comportas de usina e deixa Batayporã em alerta

Em março, fazendas foram inundadas depois que comportas foram abertas e MP abriu inquérito

Silvia Frias | 14/04/2023 13:01
No mapa, a localização das usina: abertura de comportas provoca efeito cascata. (Foto/Divulgação)
No mapa, a localização das usina: abertura de comportas provoca efeito cascata. (Foto/Divulgação)

A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) abriu as comportas da Usina Hidrelétrica Porto Primavera Engenheiro Sérgio Mota, instalada no Rio Paraná, a altura dos municípios de Rosana (SP) e Batayporã (MS). A vazão pode chegar a 10 mil metros cúbicos, o que deixa a região em Mato Grosso do Sul em alerta, por conta de recentes alagamentos em fazendas locais.

A reabertura foi comunicada às comunidades residentes próxima do rio e da Defesa Civil de Batayporã. A companhia informa que a decisão foi dada por ordem do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), órgão governamental que controla a operação do sistema elétrico no País, inclusive, das vazões das usinas hidrelétricas.

A nota informa que a vazão liberada pela UHE Porto Primavera pode chegar a 10 mil metros cúbicos nos próximos dias, estando dentro dos limites determinados pela ONS.

Em março, gado foi retirado de área alagada, na zona rural de Batayporã. (Foto/Reprodução)
Em março, gado foi retirado de área alagada, na zona rural de Batayporã. (Foto/Reprodução)

A ordem é decorrente do grande volume de chuvas recentes nos rios que formam a Bacia do Paraná, sendo necessário abrir as comportas de todas as usinas acima da de Porto Primavera. Essa medida provoca efeito cascata, sendo necessário abrir as comportas das UHE para dar vazão ao grande volume de água.

“A gente monitora, não tem o que ser feito”, explicou o coordenador da Defesa Civil de Batayporã, Gilberto Batista dos Santos. Segundo ele, a preocupação é como novas inundações, a exemplo do que aconteceu no dia 28 de março, quando as comportas foram abertas e a água invadiu sete fazendas da região.

Pelo menos 7 mil cabeças de gado foram transferidas, mas 2,5 mil acabaram ilhadas, sem lugar para serem levadas. Depois disso, as comportas foram fechadas no dia 31 de março. A água baixou, mas deixou no caminho pastagem morta e estradas prejudicadas.

Desde que as comportas foram reabertas ontem, Santos tenta falar com os moradores das fazendas da região, mas diz que o contato por telefone é mais difícil na área rural. Porém, acredita que a situação ainda esteja sob controle. Segundo ele, inundações como a ocorrida em março não eram vistas na região desde 2014.

Para as comunidades, a Cesp informa que dúvidas podem ser enviadas ao "Diálogo Aberto", que atende por meio do WhatsApp (11) 93032-6699, de segunda a sexta-feira, em horário comercial.

Prejuízos - Ontem (13), o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) instaurou inquérito civil para apurar possíveis danos ambientais causados pela abertura das comportas.

A promotoria deu prazo de dez dias úteis para que os responsáveis pela Cesp enviem explicações sobre a ação que resultou na inundação. O órgão também solicitou que a Prefeitura de Batayporã forneça as informações sobre as diligências e os relatórios de inspeção realizados pela defesa civil nos locais atingidos.

A Cesp  informou que não foi comunicada oficialmente sobre o inquérito civil, portanto, não irã se posicionar neste momento. Além de mencionar a autorização do ONS, a companhia explica que segue leis e padrões de segurança para a abertura de comportas.

(Texto editado para acréscimo de resposta da Cesp)

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