Clientes fazem filas para conhecer as novidades do Bosque dos Ipês

Aberto ao público oficialmente às 14h desta quinta-feira (15), o Shopping Bosque dos Ipês, localizado na região do bairro Nova Lima, em Campo Grande, ficou lotado hoje à tarde. Quem foi visitar o novo Centro Comercial de carro precisou ter paciência, especialmente para sair. Houve filas.

No interior, poucas novidades, a não ser a Zara, rede européia de roupas e acessórios femininos e masculinos, a Saraiva Mega Store, considerada a maior livraria do Brasil e a rede de cinemas UCI que, no novo empreendimento, ainda não está funcionando.

Alguns lojistas, poucos, apostaram nas promoções, no marketing e na receptividade. Em uma loja de eletrodomésticos, por exemplo, vários clientes esperavam, ansiosos, a abertura da loja porque souberam, por SMS, ligação telefônica e panfletos, que os produtos estariam com descontos.

“Recebi mensagem pelo celular avisando que iria inaugurar”, disse a dona de casa Maria Rita, 60 anos. Junto com ela, vários clientes, a maioria moradores da região, estavam na mesma expectativa. Às 14h em ponto, com direito a contagem regressiva, eles foram recepcionados com rosas, distribuídas por funcionários, que formaram um corredor na porta principal.

Funcionário público, Paulo César, 39 anos, foi para a inauguração com a esposa, a copeira Maria Aparecida Vallejo, 40. Sentados em um sofá, comendo pipoca de graça, e vendo o movimento, o casal esperava a filha, Pollyana, de 7 anos, terminar de pintar o rosto com uma atendente.

“Viemos só para olhar”, disse a mulher, a comentar que é cliente da empresa há 8 anos. Sobre o novo Shopping, ele teve uma única opinião: “Muito bonito”. Em seguida, acrescentou: “Espero que gere trabalho para os jovens, porque está faltando”.

O gerente regional do grupo, Itamar Camargo Vieira, de 45 anos, afirmou que, de fato, a rede investiu pesado no marketing. Só na região do Nova Lima foram distribuídos mais de 50 mil panfletos anunciando a inauguração. Os moradores também receberam mensagens via celular e ligações do telemarketing. Houve, ainda, veiculação de comercial na televisão.

Para a abertura, contou, um tablóide exclusivo de ofertas foi montado e todos os produtos estão com possibilidade de parcelamento em até 10 vezes sem juros, em todos os cartões de crédito. Na avaliação do gerente, o Bosque dos Ipês “tem tudo para ser o principal Shopping de Campo Grande”.

É isso o que pensa, com ressalvas, a arquiteta Karine Saide, de 25 anos, que participou do projeto. A profissional comenta que o empreendimento tem capacidade para sair na frente dos Shoppings “antigos” por causa dos diferenciais. A expectativa, disse ela, “é que inaugurasse o Porcão e as coisas que não tem na cidade”, mas o que chegou aqui já é um bom começo. “Um shopping com essa distância tem que ter diferencial, senão não dura 6 meses”, avaliou.

A novidade, realmente, chamou a atenção. A Zara, à tarde, ficou lotada. Na Saraiva, não havia mais espaço no Café. Apesar disso, alguns detalhes chamaram a atenção. Próximo e dentro da livraria, não pegava sinal de celular. Do lado de fora, apesar da fachada, a movimentação funcionários sinalizavam que, apesar da inauguração, o Shopping abriu as portas antes de tudo estar pronto.

E não está mesmo. A arquiteta que esteve envolvida com o projeto confirma: “Falta uma limpeza geral, alguns detalhes na fachada e nos ladrilhos do banheiro”. Não é só isso. Segundo a assessoria de imprensa do Shopping, o Bosque dos Ipês foi inaugurado apenas com 73% dos espaços em funcionamento.

Não está concluído, mas o que tem agora foi o suficiente para impressionar quem esperou, por meses, a abertura. Moradora do Nova Bahia, a pedagoga Elenice Dutra, de 39 anos, foi conferir a novidade com a vizinha, Marlene Gonçalves do Nascimento, 63. Para as duas, o empreendimento vai trazer desenvolvimento para a região.

Elenice reconhece que os bairros próximos têm problemas estruturais. Sabe que a nova “paisagem” gera um imenso contraste, mas afirma que, para uma mudança, é questão de tempo. O benefício, diz ela, será de todos.

Na avaliação da pedagoga, os “mais esclarecidos”, precisam mudar o pensamento, deixar o preconceito de lado, e entender, de uma vez por todas, que o novo Shopping vai beneficiar a população de alguma forma, mesmo que a longo prazo.