Com 0,01%, junho tem a menor inflação em 11 meses na Capital
Em um mês de comércio fraco, a inflação caiu pelo terceiro mês seguido em Campo Grande, ficando, em junho, próxima de zero, conforme o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que ficou em 0,01%. O índice, divulgado hoje pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera-Uniderp, é o menor desde julho do ano passado, quando Campo Grande teve deflação, de 0,35%, conforme o IPC.
Os dados do IPC indicam que, nos últimos doze meses foi registrada em Campo Grande uma inflação acumulada de 5,86%, acima do centro da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 4,5%. “Quando analisamos apenas o primeiro semestre de 2014, a inflação encontrada é de 3,93%, abaixo do teto estabelecido pelo CMN, de 6,5%”, afirma o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza.
Para ele, dois fatores estão influenciando na queda da inflação, que chegou a ser de 1,18% em janeiro. “Fatores climáticos têm contribuído para a produção de produtos hortifrutícola, que afetou muito a inflação do grupo Alimentação no início de ano, e as medidas do governo, como o aumento da taxa Selic, têm surtido efeitos sobre a economia”, diz.
Dos grupos que compôem o IPC, o de Saúde, no qual entram itens como medicamentos, teve a inflação mais alta, de 0,13%. Em contrapartida, o grupo Alimentação, que vinha impulsionando o aumento do custo de vida, cedeu e, no mês de junho, fechou em 0,02%. No grupo Transportes houve uma deflação, de -0,20%, devido às quedas nos preços dos combustíveis. O mesmo aconteceu com o grupo Vestuário, que chegou a -0,28% de inflação. Os grupos Saúde e Habitação apresentaram inflações de 0,12% e 0,08%, respectivamente. No grupo Educação, o índice foi zero.
Alimentação – Vilões dos meses anteriores, com uma inflação acumulada que bate 9% em 12 meses, os produtos alimentícios, que têm muito peso no IPC, tiveram um freio nos preços. O coordenador do Nepes afirma que o grupo Alimentação sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade, o que faz os preços oscilarem. “Alguns produtos aumentam o preços ao término da safra, outros diminuem seus valores em época de safra. Quando o clima é desfavorável há elevação de preços”, diz.
Ele exemplifica dizendo que o queijo muçarela/prato, mesmo em época de entressafra do leite, está com preços mais baixos. “O produto e seus derivados aumentaram muito no final do ano passado e não estão se sustentado, com a diminuição do consumo e, consequentemente, quedas nos seus preços”.
Fato semelhante ocorrendo com a carne bovina. Apesar do início da entressafra, em que os preços tendem a aumentar, a maioria dos cortes estão com os preços em quedas. “Está havendo uma retração no seu consumo, com migração para as carnes suínas e de frango, que estão com preços bem mais convidativos”, analisa Celso Correia. Segundo os dados do IPC, cortes nobres como o filé mignon tiveram queda, de -4,97%. Em contrapartida, o frango resfriado teve aumento de 0,58% e a carne suína aumento de 3,12% PARA a bisteca.
O IPC relaciona os dez produtos com maiores aumentos e menores. Veja abaixo:
Maiores aumentos - Acém (0,03%), vestido (0,02%), bebidas não alcoólicas (0,02%), chocolate em pó (0,02%), aluguel apartamento (0,01%), paleta (0,01%), calça comprida (0,01%), short e bermuda masculina (0,01%), aluguel de casa (0,01%), e alho (0,01%).
Maiores quedas - Gasolina (-0,03%), alcatra (-0,03%), patinho (-0,02%), queijo muçarela/prato (-0,02%), calça comprida masculina (-0,02%), arroz (-0,02%), contrafilé (-0,02%), refrigerados (-0,01%), tomate (-0,01%) e linguiça fresca (-0,01%).