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Economia

Com inflação, tradicional churrasco virou reunião de luxo em 2021

Crise hídrica e a alta dos combustíveis impulsionaram a alta de alimentos no Brasil ao longo deste ano

Flávio Veras | 29/12/2021 07:05
Grandes redes de supermercados da Capital colocaram alarmes antifurto em cortes nobres. (Foto: Cleber Gellio)
Grandes redes de supermercados da Capital colocaram alarmes antifurto em cortes nobres. (Foto: Cleber Gellio)

Os alimentos que compõem a cesta básica tiveram elevação nos preços ao longo de 2021, impulsionada principalmente pela alta dos combustíveis e a escassez hídrica. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em Campo Grande, houve um crescimento de 11,92% em relação a 2020, e uma variação de 9,52%, desde o começo deste ano.

Entre os itens que compõem o kit de alimentos básicos, a carne teve um impacto significativo no bolso dos campo-grandenses. Acostumado com churrasco, o morador da Capital observou que o item virou artigo de luxo. Com o valor nas alturas, promover a tradicional reunião ficou cada vez mais difícil.

A picanha, considerada corte de primeira, chegou a ser encontrada em Campo Grande a R$ 79,98, segundo último levantamento feito pelo Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) da Capital.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Alarme - Alguns supermercados pelo País passaram a colocar sensores antifurto em cortes nobres. A reportagem do Campo Grande News flagrou, em outubro deste ano, que na Capital, alguns estabelecimentos passaram a adotar a "medida preventiva". Conforme a reportagem, pelo menos três deles contaram com o sistema antifurto: o antigo Extra da Rua Joaquim Murtinho, Fort Atacadista do Bairro Parati e o Carrefour, no shopping.

Ainda conforme o Dieese, em janeiro, os três cortes mais comuns à mesa do brasileiro: coxão mole, duro e patinho tiveram alta de 0,37% em relação a dezembro de 2020. Em média, o preço do quilo da proteína ficou R$ 34,44. Porém, em fevereiro, o levantamento registrou queda de 4,17% e a proteína foi vendida a R$ 34,19.

A maior elevação (3,89%) registrada foi em julho. Os cortes foram comercializados no período a R$ 38,84. Contudo, o preço mais elevado registrado foi em outubro, em que a proteína bovina foi comercializada a R$ 40,27.

O último mês pesquisado e divulgado pelo Dieese foi novembro. O levantamento apontou que no período, o produto teve leve queda de 1,26%, o que gerou também retração do valor (R$ 39,39).

Caso seja comparado, em números percentuais, o menor valor (fevereiro - R$ 34,19) com o maior registrado (outubro - R$ 40,27) em 2021, os cortes populares tiveram variação de 17,78%.

Linguiça - "Não tem para onde correr", pois até a tradicional linguiça de Maracaju chegou a ter acréscimo de 41% do início da pandemia até agora. Em pesquisa realizada pelo Campo Grande News, constatou-se em um restaurante - que também vende o produto in natura - dois reajustes: o quilo passou de R$ 39 para R$ 45 e depois, para R$ 55 ao longo do ano.

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