Com volta das chuvas, produtores já plantaram 60% da soja em Dourados
O plantio da safra 2014/2015 já foi feito em pelo menos 60% dos 150 mil hectares destinados à soja no município de Dourados, a 233 km de Campo Grande. Após o calorão de até 42 graus e 12 dias de seca no início do mês, a chuva se normalizou nas duas últimas semanas, garantindo condições ideais para a semente nascer.
O presidente da Aeagran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados), Luis Renato Peixoto Cavalheiro, informou que apesar de ter chovido bem em boa parte da região, em alguns locais a chuva foi pouca e os produtores ainda aguardam para fazer o plantio. Em algumas lavouras foi preciso replantar, porque a semente não nasceu devido ao calor e ao solo seco.
“Boa parte da região recebeu chuvas com níveis satisfatórios, favorecendo a semeadura e a emergência da soja. Algumas localidades ainda estão com problemas de umidade, pois ocorreram apenas garoas de até 10 mm e estão atrasando o plantio. Se as condições climáticas favorecerem, a soja estará toda semeada nos próximos 10 dias”, afirmou ao Campo Grande News. Segundo ele, nas regiões onde choveu pouco a expectativa é de situação normalizada nesta semana, já que as previsões indicam chuva nos próximos dias.
Cavalheiro disse que o percentual de replantio por causa do calor do início do mês foi baixo, e alguns produtores preferem deixar como está, para não aumentar o custo de produção. “Os produtores estão preferindo deixar a soja com estande baixo (7 a 10 plantas/metro linear) do que efetuar o replantio. Algumas variedades de soja aceitam uma população de plantas menor e possuem capacidade de engalhamento muito grande, fazendo com que o potencial produtivo não seja muito prejudicado”.
Conforme o especialista, se o produtor efetuar o replantio o custo aumenta, inviabilizando a renda. “Outra questão é a época de plantio tardia que pode reduzir o potencial produtivo e inviabilizar a possibilidade do plantio do milho safrinha dentro da época recomendada. Replantio só em casos mais complicados”.
O agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Ricardo Fietz, informou que o mês fechou com 113 milímetros de chuva, o que significa 113 litros de água por metro quadrado. Segundo ele, apesar de ficar abaixo da média história para outubro (142 mm), a chuva dos últimos dias do mês garantiu umidade do solo, que atualmente está em 80%. “Com a chuva prevista para esta semana deve chegar à umidade ideal”.