Produtores terão que replantar 60 mil hectares de soja por causa da seca
Pela primeira vez em mais de cinco anos, produtores rurais de Mato Grosso do Sul terão que fazer o replantio da soja devido a estiagem. De 20 de setembro, quando começou o plantio, foram plantados 120 mil hectares, porém a falta de chuva não deixou o grão se desenvolver e os prejuízos podem chegar a R$ 100 milhões.
O analista em agricultura da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), Leonardo Carlotto, explica que ainda não é possível saber quanto do que já foi plantado terá de ser replantado. "Estimamos que cerca de 50 mil hectares ou 50% terá que plantado novamente, mas se perder tudo o prejuízo chega a R$ 100 milhões", destaca.
Carlotto afirma que o replantio é uma prática comum entre os agricultores, mas nessa intensidade é raro. "Muitas vezes acontece de ter que replantar áreas por excesso de seca ou de chuva. O que é atípico é essa situação de ter que plantar novamente quase toda a produção", diz.
A região norte é a que mais tem sofrido com a estiagem e onde as perdas serão maiores, pois na região já não chove há quase um mês. A Famasul estima que cada hectare plantado com soja custe R$ 1 mil ao produtor, valor que é multiplicado em necessidade do replantio. Os demais Estados do Centro-Oeste estão passando pela mesma situação que MS.
Com a previsão de chuva para meados do dia 20 de outubro, alguns agricultores podem começar a operação de replantio neste fim de semana. "Após o plantio a semente sobrevive até cinco dias sem chuva, por isso nos próximos dias alguns produtores podem ir a campo para mexer na lavoura", afirma Carlotto.
Mesmo que as altas temperaturas continuem mas as chuvas sejam frequentes, o cultivo da soja pode se desenvolver bem e recuperar o atraso, mas isso não impede que o plantio do milho safrinha seja mais tardio. "A soja é uma cultura de verão, acostumada com o calor, mas temos que ter chuvas para evitar mais perdas".