Compra do mês completa é o principal desejo das famílias com Auxílio de R$ 600
Novo valor começa a ser pago hoje para 176 mil famílias de Mato Grosso do Sul
Realizar as compras do mês, sem deixar nada para trás, tem sido o principal desejo das famílias, com o Auxílio Brasil de R$ 600. O novo valor começa a ser pago hoje (9) para 176 mil famílias de Mato Grosso do Sul.
Segundo levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em julho, a cesta básica de Campo Grande estava custando R$ 707. Ou seja, o reajuste do Auxílio Brasil é 15,12% menor.
Para uma família de quatro pessoas sobreviver, o Departamento estima que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 6.388,5, sendo 81,03% a menos, do que o atual, que é de R$ 1.212.
Esperança - A dona do lar, Maricilda Rocha do Nascimento, de 38 anos, chegou por volta das 07h30min, em frente à Caixa Econômica Federal, com o objetivo de conseguir sacar os R$ 200 a mais.
Ela conta que mora de favor com os três filhos e não tem gasto com água, luz e nem aluguel. Os até então R$ 400 era usado só para comprar o básico no supermercado. Com o aumento para R$ 600, ela acredita que possa conseguir levar mais alimento para os seus filhos.
“Os 600 reais não é muito, mas já dá um alívio. O dinheiro eu uso só para compras. Com os 400, não dava para comprar tudo o que eu queria, agora, o novo valor vai ajudar a levar mais coisa para as crianças”, disse.
O pedreiro Marcelo Aparecido de Souza, de 30 anos, quer desfrutar do mesmo sentimento: conseguir ir ao supermercado e levar, pelo menos, o necessário para sobreviver. Ele chegou às 08h30min no banco.
Marcelo mora com a mulher e quatro crianças, segundo ele, a renda do mês é de apenas metade do salário mínimo.
Ele lamenta sempre ter que deixar de levar algo, para conseguir pagar o valor total. “Os 400 ajudava, mas não muito. Com o dinheiro, eu fazia compra, mas sempre faltava uma coisa ou outra. Agora, com 600, vai ter como levar mais comida para casa, sem deixar no carrinho”, comemora.
Suhelen Frances Ferreira, de 34 anos, está desempregada e conta com a ajuda somente do Auxílio Brasil para sobreviver. Ela tem três filhos, devido à dificuldade financeira, apenas um mora com ela e dois moram com a ex-sogra.
“Agora que estou desempregada estou morando com minha mãe. Com o benefício eu compro as coisas para as crianças, mas sempre tinha que complementar o valor. O aumento é uma ajuda a mais, que pode ajudar a comprar mais coisas no mercado, a dar mais sustento.”
Para Suhelen, o problema atual é que os produtos nos supermercados aumentaram junto com o auxílio, com isso, acaba não sobrando dinheiro para pagar outras contas.
“O erro é que aumenta o Auxílio e aumenta as coisas do mercado. É como se igualasse”, comenta.
Benefício - O valor do benefício pode ser consultado no aplicativo Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e o Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
A aprovação faz parte da emenda à Constituição, que criou o estado de emergência para ampliar o pagamento de benefícios sociais até o fim do ano. Dessa forma, o valor de R$ 600 será pago até dezembro.
Além disso, a PEC também propõe, até o fim do ano, auxílio de R$ 1 mil para caminhoneiros e vale-gás de cozinha no valor de R$ 110.
Pagamento – Hoje, o pagamento do Auxílio Brasil, no valor de R$ 600, será aos beneficiários com NIS de final 1. Veja abaixo o calendário.
NIS de final 1: 9 de agosto
NIS de final 2: 10 de agosto
NIS de final 3: 11 de agosto
NIS de final 4: 12 de agosto
NIS de final 5: 15 de agosto
NIS de final 6: 16 de agosto
NIS de final 7: 17 de agosto
NIS de final 8: 18 de agosto
NIS de final 9: 19 de agosto
NIS de final 0: 22 de agosto