Consumidores dormem na fila de posto para garantir gasolina a R$ 1,82
Motoristas campo-grandenses dormiram na fila do auto posto Shiraishi na Avenida Júlio de Castilho, esquina com a Rua Yokohama, para garantir a gasolina com 42,68% de desconto no Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte, conhecido como o Dia Sem Imposto. Além do posto de combustíveis, duas farmácias e uma autoescola aderiram a campanha. O pagamento é exclusivamente em dinheiro.
A distribuição de senhas no posto começou hoje por volta das 6h30 e quem chegou ontem (24) à noite já abasteceu. A fila no local passa de um quilômetro e chega na Rua Ministro José Linhares. No total, 230 senhas foram distribuídas. A venda é limitada a R$ 40 por veículo. O valor do litro passou de R$ 3,19 para R$ 1,82. Este ano, apenas um posto de combustíveis aderiu a campanha.
O funcionário público Waldenir Mendes, 59 anos, foi o primeiro da fila. Ele, que chegou às 19h de ontem para garantir a gasolina mais barata, levou um travesseiro, baixou o banco e dormiu no carro. “Embora o valor máximo seja baixo, o desconto é bem vindo. Hoje, só político leva vantagem, se a gente quiser economizar tem que procurar promoção”, diz.
Já a zeladora Realita Meireles, 61 anos, que foi a segunda da fila, não conseguiu dormir com medo de assalto. Mesmo assim, a mulher resolveu passar a noite no local para também garantir o preço sem carga tributária. “Na verdade eu não consegui dormir, porque fiquei com medo. Mas deu tudo certo”, conta.
Além da economia, o que leva as pessoas a enfrentar fila para abastecer com desconto é o sentimento de revolta por causa dos impostos. A mobilização pode chamar a atenção do governo, conforme o pedreiro Daniel Alves que ficou na fila para garantir o desconto. “Um pouco de economia ajuda, porque com certeza os impostos estão abusivos”, destaca.
De acordo com o diretor da ACICG (Associação Comercial Industrial de Campo Grande), Roberto Oshiro, estão sendo disponibilizados 5 mil litros de gasolina para 230 veículos. Segundo ele, em 2013 a mobilização teve maior adesão. "Esse ano por conta da crise estar mais forte, menos empresários aderiram a campanha", conenta.