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Economia

Costureira melhora renda fazendo 100 máscaras de tecido por dia

Os pedidos aumentaram após o Ministério da Saúde orientar o uso para toda a população

Viviane Oliveira | 19/04/2020 08:37
Mãe e filha trabalham de 8 a 10 horas por dia, de segunda e sábado para atender a demanda (Foto: Kisie Aionã)
Mãe e filha trabalham de 8 a 10 horas por dia, de segunda e sábado para atender a demanda (Foto: Kisie Aionã)

Do dia 15 de março para cá, quando estouraram os casos do novo coronavírus (covid 19) no Brasil, Izis e a filha, Andreia, deixaram de lado os consertos e reformas de roupas para embarcar na produção de máscaras de tecido. Até agora, as duas já confeccionaram quase 1 mil materiais de proteção.

São de 8 a 10 horas de serviço por dia para atender a demanda das clientes. Agora, as duas trabalham na produção de 700 máscaras para o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). As encomendas não param e mãe e filha foram acionadas para a confecção de mais materiais. As duas conseguem produzir uma média de 100 por dia.

Os pedidos aumentaram após o Ministério da Saúde orientar o uso para toda a população. Com 23 anos de experiência em consertos de roupas, a costureira Izis Barbosa, 67 anos, tem um ateliê de costura na Rua José Gomes Domingues, no Bairro Santa Fé, em Campo Grande, onde trabalha na companhia da filha, Andreia Barbosa Franco, 46 anos.

Andreia com faixa de cabelo da mesma cor que a máscara (Foto: Kisie Aionã) 
Andreia com faixa de cabelo da mesma cor que a máscara (Foto: Kisie Aionã)

Izis contou que depois de meses com lucros bons, o movimento havia caído em torno de 90% em razão da pandemia. Foi por acaso que a costureira começou com a produção de Equipamento de Proteção individual, quando uma vizinha ligou pedindo 30 máscaras. “As primeiras fiz com os retalhos que tinham aqui. Andreia aproveitou para fazer uma foto, postou nas redes sociais e desde então não paramos mais de receber encomenda”, comemorou. .

Animadas com o “boom” na produção, mãe e filha compraram R$ 1,2 mil de tecido na última semana, cerca de 40 metros.  Enquanto Andreia corta os moldes e faz as marcações com ferro quente, Izis costura em uma das quatro máquinas que ficam num dos cômodos da casa. “Ontem nós fomos em uma loja de tecido e tinha bastante costureira comprando. As lojas do ramo também estão lucrando”, contou Andreia.

Caprichosas e atentas aos detalhes, as duas começaram a produzir também faixa de cabelo com a mesma estampa do tecido da máscara. O Equipamento de Proteção Individual de tecido pode ser reutilizado desde que seja lavado a cada uso. "Além das despesas da casa, temos gastos com aluguel, faculdade", disse.

As preferidas, segundo as costureiras, são na cor branca, azul e preta, mas também têm de bolinhas, vermelhas, com estampas de crianças para todo o gosto. Cada uma custa R$ 10. Se o cliente quiser combinar com a tiara vai desembolsar um pouco mais, R$ 30.

Máscaras confecçionadas por mãe e filha fazem sucesso entre a clientela (Foto: Kisie Aionã)
Máscaras confecçionadas por mãe e filha fazem sucesso entre a clientela (Foto: Kisie Aionã)

Izis não quis revelar quanto está ganhando por semana com a produção de máscaras, mas garantiu que o lucro empatou com o rendimento que tinha antes com o conserto de roupas em dias bons. "Antes dessa crise eu era muito "reclamona", mas agora aprendi a agradecer. "Deus é perfeito. Rezo bastante, tenho muita fé e sou devota de Nossa Senhora Aparecida", contou.

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