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Economia

De olho em R$ 50 mi, Acrissul cede área a supermercado e gera protestos

Nícholas Vasconcelos | 13/11/2012 18:14
Atacadista vai construir prédio de 30 mil metros quadrados dentro do Parque. (Foto: Arquivo)
Atacadista vai construir prédio de 30 mil metros quadrados dentro do Parque. (Foto: Arquivo)

A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) analisa nesta quarta-feira (14), em assembleia com os associados, a proposta de cedência de uma área de 30 mil quadrados no Parque de Exposições Laucídio Coelho para a construção de um atacado Assaí, do grupo Pão de Açúcar. O anúncio da construção do atacadista sem consulta ou licitação provocou protesto da entidade que representa o setor em Mato Grosso do Sul e também descontentou associados, que reclamam de não terem sido consultados.  O negócio é estimado em R$ 50 milhões.

“Nosso setor de atacado é regional e teríamos associados interessados em participar”, afirmou Enio Roberto Bornholdt, presidente da Asmad (Associação Sul-Mato-Grossense de Atacadistas e Distribuidores). O setor atacadista reúne 67 empresas locais e gera 3,5 mil empregos diretos em Mato Grosso do Sul.

A entidade pretende apresentar uma carta de protesto onde contra a decisão da Acrissul em fechar contrato com o atacadista sem procurar sócios no mercado local. “Nós queremos pelo menos ter a oportunidade de mostrar interesse.”, destacou Bornholdt.

O Grupo Pão de Açúcar é administrado pelo multinacional francesa Casino. “O setor ficou excluído de uma consulta, de uma possível concorrência”, detalhou o presidente da Asmad. O grupo Pão de Açúcar está em vias de instalar outras unidades em Campo Grande, como no bairro São Francisco, no Carandá, na região da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e na avenida Bandeirantes.

Novo destino - Conforme o presidente da Acrissul, Francisco Maia, o parque tem uma área de 180 mil metros quadrados e parte dele está em desuso desde a proibição dos shows no Parque de Exposições no ano passado e a entidade está sem renda e com uma dívida de R$ 3,5 milhões

“Não estamos vendendo a área, mas cedendo a área para aluguel”, detalhou Maia. A construção do atacado será próxima a área das baias do parque sobre regime de aluguel e após 20 anos ela será devolvida para a Acrissul. Maia afirmou não poder entrar em detalhes por sigilo contratual, mas estimou que a entidade deva receber R$ 50 milhões durante todo contrato.

“Somos uma entidade particular, recebemos a proposta e vamos submeter aos donos do parque, os associados”, declarou. Ele afirmou que a Acrissul não recebe repasses do poder público e por isso fica dispensada de licitações. Segundo Maia, a construção foi submetida ao CMDU (Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano), prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) e para Câmara de Vereadores há 15 dias.

O Campo Grande News apurou que ex-presidentes da entidade, que formam um conselho, ficaram descontentes com o fato de não terem sido consultados a respeito da proposta. Por telefone, o ex-presidente Laucídio Coelho, disse que não estava a par do negócio e por isso não quis comentar.

Em resposta, o atual presidente afirmou que projeto não foi submetido ao conselho de ex-presidentes da Acrissul, conforme prevê o estatuto, mas que a assembleia é soberana dentro da instituição. "Nós queremos desenvolver aquela área da cidade, construindo um shopping agropecuário ali", encerrou.

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