Disputando com atacadistas, pequenos comerciantes apelam para WhatsApp
Para competir com os gigantes, empreendedores também usam as classicas promoções
A instalação de grandes redes de supermercados tendem a sufocar pequenos negócios. No entanto, em Campo Grande, há empreendedores que acreditam na inovação e na diversificação de seus estabelecimentos para competir com os gigantes, sem perder espaço. O Campo Grande News conversou com empresários dos bairros Tiradentes e Vilas Boas para saber como eles se adaptaram com a instalação recente de um atacarejo na região, que conta ainda com outras grandes lojas do mesmo segmento.
Jeferson Carlos Lopes, 34 anos, há dois anos e meio é proprietário do açougue Da Marquês Casa de Carnes. Ele acredita que seu negócio oferece vantagens aos clientes que grandes supermercados não conseguem, como a rapidez no atendimento. “Nós entregamos facilidade e rapidez para quem precisa de itens na hora, como uma carne, um refrigerante”, afirma.
Espaço para todos - “No atacadista, os clientes vão fazer a compra do mês, aquela compra mais robusta, com muitos itens. Mas, no dia a dia, itens como a carne e até mesmo um ingrediente que faltou na hora de fazer o almoço é buscado em estabelecimentos menores, que às vezes estão mais perto de casa e oferecem mais facilidade, comodidade e rapidez na compra”, avalia Jeferson.
Outra estratégia usada pelo empreendedor é a oferta de promoções. “Eu sempre faço promoção de algum produto junto com uma carne. Assim, o cliente pode aproveitar para levar dois produtos diferentes e desse jeito ele vem por um (produto), ou pelo outro”, compartilha, apontando para a placa com as ofertas colocada em frente ao açougue.
O empresário Sandro Renato Goes também usa diversas estratégias para atrair consumidores para o Hortifrúti Dia a Dia, que também fica na Rua Marquês de Lavradio. Há 3 anos comandando o comércio, o empreendedor conta que aos poucos foi implementando mudanças no estabelecimento de acordo com necessidades que ia enxergando na região.
Estratégia -No começo, 100% do que o local vendia eram frutas, legumes e verduras. Hoje, 40% é hortifrúti e 60% itens de mercearia. “Eu tenho de tudo um pouco. Às vezes o cliente está em casa fazendo o almoço e nota que faltou um item, então vem aqui. Ou vem aqui comprar uma verdura e acaba levando mais alguma coisinha para complementar. Essa facilidade e rapidez ajudam muito na hora de comprar”, pontua.
Ele também buscou diferentes maneiras de estabelecer contato com os clientes. Uma das formas é, semanalmente, enviar as ofertas do estabelecimento para os clientes via WhatsApp, canal que também é usado para atender pedidos e tirar dúvidas dos clientes, conferindo agilidade no serviço.
“Não creio que atacadistas prejudicam o pequeno negócio. O que o pequeno precisa fazer é se reinventar, é investir em conhecimento e qualificação para saber aproveitar oportunidades. Eu, inclusive, aproveito ofertas de atacadistas para comprar produtos para o meu estabelecimento. Há espaço para todos no mercado”, finaliza.