Em 10 anos, construção civil de MS estagnou, com pior resultado no Centro-Oeste
Pesquisa do IBGE afirma que setor cresceu pouco ao longo de 10 anos e tem o menor número de empresas da região

Com crescimento praticamente estagnado em 10 anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a indústria da construção civil de Mato Grosso do Sul tem o menor número de empresas de todos os estados da região Centro-Oeste. É o que indica a Pesquisa Anual da Indústria da Construção Civil 2018, divulgada nesta quarta-feira (27).
Segundo o IBGE, em 2009 esse setor industrial apresentava 634 empresas ativas, mas chegou ao final de 2018 com 914, crescimento de 41%, mas o menor da região.
“Entre os estados da região Centro-Oeste, MS tem o menor número de empresas do setor: Goiás apresenta 1917 empresas, Mato Grosso 1.131, Distrito Federal 936. No Brasil, eram 59.948 empresas da construção civil com crescimento de 50,1% em relação a 2009 (39.917)”, cita a pesquisa.
O IBGE afirma que a região teve alta “perceptível” no setor entre 2017 e 2018, com crescimento de 2,53% no número de trabalhadores da construção civil, mas Mato Grosso do Sul praticamente estagnou. No mesmo período, o aumento de pessoal trabalhando nas obras foi de 0,91%, passando de 20.510 para 20.697 em um ano.
Entre 2009 e 2018, o setor apresentou redução no emprego de 14,53%. Ainda que tenha apresentado pico no número de trabalhadores nos anos de 2012, 2013 e 2014, Mato Grosso do Sul saiu de 24.215 trabalhadores em 2009 para 20.697 até o final de 2018.
Expansão imobiliária – O estado também vem apresentando transição da atividade, ao menos até o final de 2018. Em 2009, inicialmente mais ligado a obras do setor público, passou até 2018 com mais crescimento de trabalho em obras do setor privado, a exemplo da expansão imobiliária, edifícios. Ao longo de 2018, as obras e os serviços da construção civil geraram R$ 278 bilhões em valor de incorporações.
Entre 2009, obras de infraestrutura representavam 46,5% do setor, mas essa representação caiu para 31,3% em 2018. A participação na construção de edifícios, ainda assim, teve boom e passou de 39,5% para 45,5%. A especialização dos serviços também aumentou de 14% para 23,2%.
Ainda assim, a participação no valor das incorporações passou de 14% para 13% em 2018 e o estado ocupava até o final de 2018 o 19º lugar no ranking brasileiro com a participação de 1,1%. “São Paulo (29,6%), Minas Gerais (9,7%) e o Rio de Janeiro (8,2%) ocupam os três primeiros lugares. Por último, está Amapá, com uma participação de 0,2%”, comenta nota do IBGE.
Salários caíram – Ainda que tenha apresentado um pico de aumento em 2016, o salário médio de um trabalhador da indústria da construção civil também caiu até o final de 2018. Em 2016, depois de começar com pouco mais de R$ 300 em 2009, a média salarial atingiu R$ 686. Desde 2017, ainda assim, a queda é acentuada e em 2018 os valor atingiu patamar abaixo dos números de 2011, de R$ 586. Ou seja, R$ 100 a menos do que o ano de maior aumento.