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Economia

Em meio a protestos, ministério lança recurso para agricultura familiar em MS

Caroline Maldonado | 31/07/2015 12:12
Agraer divulgou hoje calendário de reuniões com agricultores familiares (Foto: Caroline Maldonado)
Agraer divulgou hoje calendário de reuniões com agricultores familiares (Foto: Caroline Maldonado)

O valor destinado ao crédito para agricultores familiares sul-mato-grossenses durante a safra 2015/2016 é 7,6% superior ao adquirido pelas famílias no plano anterior. O valor passou de R$ 262 milhões para R$ 282 milhões, segundo a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). O plano foi anunciado hoje (31) na presença de agricultores, que aproveitaram para reclamar da morosidade na aprovação de crédito e regularização de assentamentos, além do pequeno alcance dos projetos de assistência técnica.

As taxas de juros do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que antes variavam entre 1,5% e 3,5%, agora estão entre 2% e 5,5%, conforme o Banco do Brasil. Mesmo com a alta, as taxas permanecem vantajosas em relação a linhas de crédito destinadas a outros segmentos rurais, na avaliação do superintendente regional de varejo do Banco do Brasil, Fábio Alexandre Pereira.

No entanto, as entidades envolvidas nos projetos para essas famílias têm o desafio de fazer com que esses recursos sejam articulados a assistência técnica e tenham o efeito esperado pelo Governo Federal. Para discutir o assunto, a Agraer fará reuniões com produtores em sete municípios do interior e em Campo Grande, entre a próxima terça-feira (4) e o dia 14 de agosto. Serão detalhados todos os critérios de acesso aos projetos vinculados ao Pronaf.

Dificuldades - Segundo o agricultor de Sidrolândia, Pedro Caxambú de Souza, muitos assentados deixam de participar de programas do governo, porque não têm a área regularizada. “Tem gente que está há 10 anos tentando regularizar para poder ter acesso as políticas públicas para fornecer a produção para as escolas e outros lugares e não consegue”, disse. Além dele, outros assentados reclamaram que a assistência técnica não tem chegado a todas as famílias interessadas em produzir.

O secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, admitiu que falta divulgação para que os recursos beneficiem mais famílias. “É lastimável quando alguém nos diz que não sabia de uma política pública que é para o agricultor familiar”, disse o secretário.

Secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, disse que falta divulgação de projetos para alcançar famílias (Foto: Caroline Maldonado)
Secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, disse que falta divulgação de projetos para alcançar famílias (Foto: Caroline Maldonado)

O assunto preocupa porque mais de 80% das hortaliças consumidas em Mato Grosso do Sul são compradas de outras regiões, enquanto há mais de 30 mil pequenos agricultores no Estado interessados na produção. “A assistência técnica é fundamental. Atendemos 30 mil produtores, mas tem mais 40 mil que ainda precisam ser atendidos. Temos que trabalhar nessa linha”, destacou o delegado federal do Desenvolvimento Agrário em MS, Gerson Faccina.

Programação – A primeira reunião com agricultores familiares ocorre na terça-feira (4), em Dourados, no auditório da Prefeitura. No dia seguinte, o encontro é em Amambaí, no anfiteatro da UEMS (Universidade Estadual da Grande Dourados); no dia 6, a equipe estará em Mundo Novo, no Centro de Conviver da 3ª idade e no dia 7, em Ivinhema, no Parque de Exposições Lídia Calabreta Massi.

Em Rio Verde de Mato Grosso, a reunião será no dia 12, no Sindicato Patronal; em Jardim, no dia 13, no Centro de Atendimento ao Turista e em Campo Grande, no auditório da Assomasul (Associação dos Município de Mato Grosso do Sul), no dia 14. Todas essas reuniões terão início as 8h. Já em Inocência, o encontro começa às 9h, no Centro Cultural Lazara Lessonie, no dia 10.

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