Em um só lugar: a concorrência de ruas da Capital que concentram o mesmo produto
Comportamento aumenta a concorrência entre as lojas e ajuda o consumidor a poupar tempo com pesquisa de preço
Andando pelas ruas de Campo Grande é possível perceber que algumas concentram comércio segmentado. Com isso, aumenta a concorrência entre as lojas e ajuda o consumidor a poupar tempo com pesquisa de preço.
Há trechos que reúnem só concessionárias de automóveis, outras autopeças, lojas de roupas para bebê e por aí vai.
Segundo o presidente da CDL-CG (Câmara Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, essa é uma forma de fomentar o consumo e desenvolvimento dos estabelecimentos.
“Existem várias pesquisas que apontam que, realmente, a concentração de grupos de segmentos numa determinada rua, numa determinada região, fomenta o consumo, contribui para que o consumidor vá direto ao ponto, isso ajuda no desenvolvimento dos estabelecimentos”, destacou.
Adelaido afirma ainda que o comércio segmentado aumenta a concorrência. “Grandes players buscam instalar próximo da concorrência justamente para ter concentração de estabelecimentos focados num determinado segmento. Então, isso é muito positivo, ajuda o consumidor, aumenta a concorrência, mas ocorre também uma concentração de consumo voltado para esse segmento”, completou.
O vice-presidente da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Omar Aukar, pontua que não existe uma causa única para isso e cita alguns exemplos.
No caso de empresas menores que não tem um portfólio muito grande, se instalam do lado de outras e acabam sendo competitivas devido ao menor custo operacional. Outro ponto, segundo Omar, é que quando não existia internet, empresas do mesmo ramo ficavam juntas a fim de não perder a oportunidade de ter seus produtos cotados pelos clientes.
“Como podemos ver, existem várias causas que direcionam as empresas para ficarem próximas de suas concorrentes, entretanto, com o advento da venda por internet, outros fatores passaram a ser considerados, como preço, prazo de entrega, qualidade, facilidade de acesso e estacionamento, políticas de trocas”, finaliza.
Diversas opções – Na Rua Rui Barbosa, entre as ruas Sete de Setembro e Quinze de Novembro, tem estabelecimentos de tecidos e aviamentos, por exemplo. Na Rua Marechal Rondon, até a Avenida Ernesto Geisel, são lojas de móveis usados.
Na Rua 14 de Julho, entre as ruas Marechal Rondon e Maracaju, as lojas são voltadas para vestuário e acessórios de bebê. Ainda na mesma rua, entre a Avenida Mato Grosso e a Rua Doutor Temistocles, tem lojas de produtos para fazenda, como: couro, fogão a lenha, panelas do tipo caçarola, entre outros. São pelo menos seis lojas uma ao lado da outra do mesmo segmento.
Cristiane Almeida, gerente do Mundo dos Fogões, na Rua 14 de Julho, diz que estar ao lado de outras lojas do mesmo ramo é bom para aumentar a concorrência e se diferenciar pelos produtos e preços.
“As pessoas já vêm direcionadas. Temos de tudo vendendo aqui, atendemos hotéis, restaurantes, dona de casa. É bom para o consumidor e para a concorrência. Se for pensar, já tem uma farmácia ao lado da outra, um mercado ao lado do outro”, analisa.
Na Avenida Calógeras, o segmento é mais ligado a autopeças, oficinas, funilarias. Entre a Avenida Fernando Corrêa e a Rua Calarge, são 11 lojas que oferecem serviços para carros. A Avenida Bandeirantes é até conhecida como a "Avenida dos carros", por lá concentram-se muitas garagens.
Na mesma linha de raciocínio, o proprietário da Arlindo Automóveis, Diego Ferreira, acredita que ajuda o consumidor.
“Aumenta a concorrência, uma coisa puxa a outra, uma loja vai abrindo e várias outras também abrem. Para o consumidor é ótimo, centraliza, e vê de tudo, carro mais caro, mais barato”, comenta.
Segundo ele, já foi feita a tentativa de mudar o nome da avenida para Avenida dos Carros, pela quantidade de veículos oferecidos para venda.
Do ramo de alimentação, a Avenida Bom Pastor se destaca pela infinidade de estabelecimentos que vendem comida. A via é o principal corredor gastronômico da Capital.
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