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Economia

Empresários abandonam galerias e espaços fechados se multiplicam

Ricardo Campos Jr. | 15/07/2017 09:00
Galeria na Rua Vitório Zeolla: cinco imóveis estão vazios atualmente (Foto: Marcos Ermínio)
Galeria na Rua Vitório Zeolla: cinco imóveis estão vazios atualmente (Foto: Marcos Ermínio)

Imóveis comerciais desocupados se acumulam nas galerias espalhadas por Campo Grande. Especialistas do setor afirmam que embora a crise tenha contribuído para esvaziar esses imóveis, a opção de trabalhar em casa, atendendo pela internet também favoreceu esse processo.

“Foi uma tendência do mercado há uns cinco anos a construção de galerias. Só que o valor do aluguel ficou inviável e os empresários começaram a optar por aluguéis mais baratos. Para mim, no meu conceito, o que acontece com essas galerias: eu vejo que essa demanda de desocupação se deve ao preço, pois elas têm estacionamento e ficam em ruas de fácil acesso”, explica Marta Recalde, presidente do Sindimóveis (Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul).

 

Galeria na Eduardo Santos Pereira: todos os cinco imóveis estão vazios, mas empresário garante que maioria tem contratos encaminhados (Foto: marcos Ermínio)
Galeria na Eduardo Santos Pereira: todos os cinco imóveis estão vazios, mas empresário garante que maioria tem contratos encaminhados (Foto: marcos Ermínio)

Segundo ela, a crise tem afetado duramente o setor. As empresas que outrora funcionaram nas galerias não têm fôlego para ir adiante e fecham. “Muitas vezes esses comerciantes saíram do mercado”, pontua.

“Tem o fator que tenho observado muito é a internet e as redes sociais. As pessoas cada vez mais têm colocado seus comércios dentro de casa e atendem pelo Facebook ou Instagram”, afirma.

Artur Urias é dono da BR Consult Imóveis. A empresa atualmente está com cinco espaços comerciais vazios em uma galeria na Eduardo Santos Pereira. Ele garante que a maioria já teve os contratos encaminhados, mas afirma que isso só aconteceu porque o estabelecimento é central.

“Nós temos notado que caiu um pouco essa demanda pelas galerias. Os que estão alugados têm uma rotatividade muito grande. Normalmente nessas galerias abrem empresas iniciais. Se você ver na Junta Comercial, as empresas que se constituem, de 80% a 90% não sobrevivem mais de dois anos. Começam e depois não dão certo”, afirma.

Segundo Artur, quanto menor o estabelecimento, maiores as chances de ele não dar certo, principalmente em galeria. “Na periferia, o pessoal têm menos capital ainda e menos condições de aguentar o período de carência que o negócio requer”, pontua.

Galeria na Rua da Paz: três imóveis desocupados (Foto: Marcos Ermínio)
Galeria na Rua da Paz: três imóveis desocupados (Foto: Marcos Ermínio)

Além do empreendimento sob a tutela de Artur, o Campo Grande News percorreu vários outros na cidade e constatou que é grande a quantidade de espaços vazios.

Na Rua da Paz, perto do cruzamento com a Rio Grande do Sul, por exemplo, existem três espaços para alugar. Na Vitório Zeola, no Carandá Bosque, um espaço comercial de dois andares com dez salas tem apenas cinco em operação.

Um dos empresários que se mantém no local afirma que alguns desses locais já foram alugados e novas lojas devem abrir em breve no local.

É possível notar que os espaços que mais dão certo são aqueles em que se instalam correspondentes bancários ou casas lotéricas. Esses estabelecimentos acabam atraindo os clientes, como é o caso de um outro prédio com salas comerciais na Vitório Zeolla, perto daquele citado na reportagem.

O empresário Roger de Ávila Cintra, 29 anos, é dono de um açougue em uma galeria na Rua Amazonas, no Jardim Autonomista. O local está com todos os imóveis ocupados. Isso por ser explicado porque segundo ele, o aluguel no local ficou mais barato do que em um espaço comercial na rua.

“Já estou funcionando há um ano e seis meses. Acho que compensar abrir em galeria depende do tamanho do espaço”, pondera.

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