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Economia

Feira de brechós roda bairros e tem fila de espera de interessados em vender

Chloé Pinheiro e Adriano Fernandes | 09/10/2016 12:19
As araras atraem o olhar dos passantes. (Foto: Fernando Antunes)
As araras atraem o olhar dos passantes. (Foto: Fernando Antunes)

Um tapete, cabides e araras em plena calçada. Nelas, pechinchas como calças da grife M. Officer a R$ 10 reais e vestidos de festa a R$ 30. É assim que se instalam cada um dos quinze brechós do projeto Bazar nos Bairros, que leva às regiões afastadas do centro uma opção de compra a preço justo. Além do clima fashion, é claro.

O deste domingo (09), aconteceu no bairro Coophavilla 2, mas a feira já passou pelo Guanandi, Moreninhas e no Aero Rancho. Os cabides invadem até o ponto de ônibus e as peças expostas, que vão de roupa de festa à camisetas customizadas, chamam a atenção dos moradores.

“É a segunda vez que vou num brechó de bairro. Quando fiquei sabendo desse, fiz questão de compartilhar e convidar vários amigos. Acho bacana porque além das roupas serem boas é tudo muito barato. Estou saindo com cinco peças e paguei 50 reais” Jéssica Machado Gonçalves, funcionária pública, 33 anos.

“Começou com minha mãe e mais três amigas quando elas decidiram, há mais ou menos um ano, fazer uma limpa no guarda-roupa e vender peças nas calçadas em frente às casas delas”, conta Wendell Livet Salles, 18 anos, estudante.

Da informalidade ao ofício, as vendas cresceram e a mãe de Wendell, Jeanne Brandão de Macedo, que tem 41 anos e é artesã, ajudou a fundar com as amigas o Bazar nos Bairros, para tornar mais acessível as pessoas o conceito de brechó itinerante. “Criamos o Bazar nos Bairros justamente para que quem não mora no centro possa ir”, explica Wendell.

Funciona assim: no máximo quinze expositores formam a feira. Cada brechozeiro leva estrutura para exibir seu acervo, que deve ser composto por 85% de peças usadas. Os preços não ultrapassam R$ 30.

“Com a crise, as pessoas fazem questão de gastar pouco, mas em roupas de qualidade, inclusive nós fazemos questão de fazer os brechós de bairro pra já reduzir custos de deslocamento”, avalia Nathalia Grabowski, 28 anos, assistente social.

A mãe de Nathalia, Elza, 52 é uma das fundadoras do movimento, e garante que há um quê filosófico na modalidade alternativa de compras. “O evento faz sucesso porque levamos qualidade na arara. Mais do que o preço, queremos mostrar o verdadeiro conceito do brechó, ensinar o valor do dinheiro”, ensina Elza, que é brechozeira profissional, dona do Itinerante Brechó.

Nos cabides de Elza, entre outras coisas, é possível encontrar camisetas Hering estampadas por ela mesmo com as cores vivas do tye-dye por R$ 30.

O grupo que enfeita as ruas dos bairros aos domingos desde julho é basicamente o mesmo que faz aos sábados a Feira de Brechós do Horto. Eles se organizam pelo Facebook na página Bazar nos Bairros, que já tem mais de 1.600 seguidores e conta com a agenda da feira.

Quem quiser fazer uma graninha extra pode entrar em contato pelo próprio Face, mas o espaço é disputado. “Temos hoje 30 brechós na lista de espera, e vamos chamando quando um dos quinze não pode ir”, avisa Wendell. Cada expositor desembolsa R$25 a cada evento para cobrir custos de divulgação e infraestrutura.

Malas guardam ofertas imperdíveis. (Foto: Fernando Antunes)
Malas guardam ofertas imperdíveis. (Foto: Fernando Antunes)
Bijuterias são alguns dos itens vendidos no Bazar nos Bairros. (Foto: Fernando Antunes)
Bijuterias são alguns dos itens vendidos no Bazar nos Bairros. (Foto: Fernando Antunes)
Jéssica, a cliente, e Elza, do Itinerante Brechó, conversam. (Foto: Fernando Antunes)
Jéssica, a cliente, e Elza, do Itinerante Brechó, conversam. (Foto: Fernando Antunes)
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