Greve nos Correios completa 10 dias sem sinal de acordo
Categoria decidiu ontem à tarde rejeitar proposta e manter paralisação
Em greve há dez dias, os funcionários dos Correios aprovaram, ontem, a manutenção da paralisação por tempo indeterminado. Eles não aceitaram a posição da diretoria da empresa, que repetiu a proposta apresentada aos trabalhadores antes da greve, de reajuste de 6,87%, mais aumento real de R$ 50 e abono de R$ 800.
Só em Mato Grosso do Sul, a empresa entrega, por dia, mais de 300 mil objetos, trabalho que está prejudicado.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) protocolou ontem contraproposta que prevê aumento linear de R$ 200, além de reposição da inflação de 7,16% e aumento do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635. A categoria também pede a contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público dos Correios.
A empresa afirmou que a contraproposta da Fentect é praticamente a mesma apresentada no início das negociações. O impacto dessas exigências nas contas dos Correios pode chegar a R$ 4,3 bilhões, o que representa um aumento de 70% na folha de pagamento da estatal.
De acordo com os Correios, desde o início da greve, a média de atraso nas entregas chega a 35%. Os Correios entregam todos os dias 35 milhões de objetos, entre correspondências e encomendas. Os serviços de Sedex 10, Sedex Hoje e Disque Coleta foram suspensos, já que eles funcionam com horários marcados para a entrega.
Segundo dados apresentados pelos Correios, a adesão dos trabalhadores à greve estava em 19% ontem. A estimativa dos grevistas, porém, é que cerca de 70% dos funcionários estejam sem trabalhar.