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Economia

Inflação e juros altos fazem abertura de empresas reduzir 11% durante o ano

Caroline Maldonado | 21/12/2015 15:47
Empresas que investem em alimentação têm mais espaço no mercado em meio a crise, segundo economista (Foto: Marcos Ermínio)
Empresas que investem em alimentação têm mais espaço no mercado em meio a crise, segundo economista (Foto: Marcos Ermínio)

Entre janeiro e novembro, foram abertas 5.596 empresas em Mato Grosso do Sul. O número é 11% inferior ao do mesmo período de 2014, que foi de 6.297. Os dados são do cadastro da Jucems (Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul), onde os empreendedores informam abertura e falência do negócio. 

A queda é reflexo da inflação e da alta de juros, que impactou todos os setores neste ano, segundo o economista Celso Corrêa. “Com essa crise econômica no país, o crédito ficou mais seletivo, os juros aumentaram muito e não dá para qualquer pessoa fazer um empréstimo. Com isso, ficou mais caro abrir uma empresa”, explica.

Além das dificuldades para obter recurso e investir em um negócio, quem tentou empreender em 2015 percebeu que o público-alvo também abalou os planos. “Se você abre uma empresa e de repente o mercado não está bom, o consumo está baixo, porque as famílias estão com poder aquisitivo caindo, também não é um bom momento, então as pessoas ficam com pé atrás. É uma série de motivos que geram essa redução nos números de empresas, mas tudo em função da crise econômica”, detalha o economista.

O presidente Jucems, Augusto César Ferreira, concorda com economista quanto ao motivo da queda na abertura de empresas em MS. “Os números são reflexo do momento econômico que estamos passando. Este ano foi de expectativa, tivemos bons números no início, alguns meses foram melhor, mas vamos fechar com queda de 11% a 13%, em relação a 2014”, comentou .

Apesar do índice, Augusto acredita que pode haver uma tendência inversa em 2016. “Mesmo com essa redução, os números mostram que os novos negócios estão se mantendo em uma patamar que sinaliza possibilidade de recuperação no ano que vem”, opina.

Previsão – Neste contexto, quem pretende abrir um negócio tem que ficar atento a economia do país e do Estado, mas também ao cenário político do país, na opinião do economista.

“Agora, tivemos a mudança do ministro. Se for aprovado o restante das propostas que o governo fez a tendência é melhorar a situação do país, a inflação pode cair e com isso os juros também caem”, prevê Celso, com relação a troca do ministro da Fazenda. Na semana passada, Joaquim Levy foi substituído por Nelson Barbosa, que até então era ministro do Planejamento.

Entre os segmentos que demostram maior segurança no mercado estão o de alimentação e de beleza, na avaliação do economista. “Vemos que apesar das dificuldades, o ramo de alimentação sobrevive e tem uma inflação alta, mas as pessoas continuam indo ao salão. Então há setores que são mais seguros”.

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