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Economia

Juros de 2,19% ao mês e menos burocracia garantem vida longa ao penhor de joias

Apesar da facilidade, o valor avaliado pela Caixa fica até R$ 1,3 mil abaixo do que o comércio paga

Izabela Cavalcanti | 19/06/2023 12:52
Corrente, anel e aliança de ouro sendo entregues para avaliação (Foto: Marcos Maluf)
Corrente, anel e aliança de ouro sendo entregues para avaliação (Foto: Marcos Maluf)

Para quem está sem dinheiro e precisa se livrar daquela conta que tira o sono, o penhor pode ser uma saída, pela facilidade oferecida e juros baixos. Enquanto os demais empréstimos giram em torno de 4% a 6% ao mês, a penhora de joias é entre 2,19% a 3,75%. A modalidade só perde para o crédito consignado para aposentados, que em março estava em 1,97% ao mês.

O empréstimo pode ser disponibilizado para pessoas com dificuldades em obter crédito no mercado, não sendo necessária a comprovação de renda e também com possibilidade de contratação por pessoas negativadas.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, os bens aceitos como garantia são objetos confeccionados em ouro, prata, platina, pérola, além de relógios e canetas de grife.

As garantias são identificadas e precificadas individualmente conforme o estado de conservação do metal nobre, adornos e peso. É gerado um contrato único com as peças apresentadas como garantia.

A opção ainda é bastante procurada. A vendedora, de 58 anos, diz que há mais de 10 anos opta por essa modalidade. Os últimos três contratos que fez foi no ano passado, um no valor de R$ 5 mil, outro de R$ 1.700 e outro de R$ 1.800.

“É uma forma de salvar as contas. Quando estou precisando, eu penhoro. É mais fácil e os juros são baixos. Além disso, se não tem dinheiro para quitar, você vai renovando”, ressaltou.

No entanto, ela conta que está em atraso com o pagamento e está com medo de ter tido as joias leiloadas. “Eu vou quitar o mais rápido possível. Vou ver como está minha situação, porque estou com uns dias de atraso. Não pode atrasar”, explicou.

Outra consumidora, aposentada, de 62 anos, que também não quis revelar o nome, disse que penhorar as joias já virou rotina. “É o pior vício. Eu costumo dizer que a cachaça é boa. Eu nem uso minhas joias, então, eu venho, penhoro e pego o dinheiro”, afirmou.

Avaliação ruim - Ainda segundo ela, a facilidade é a atração, mas o pouco valor pago pelo ouro é o lado ruim. “Única coisa é que pagam menos, mas não compensa vender, porque depois que você terminar de pagar, pega a joia de novo e dá para penhorar de novo. Vender é só uma vez”, disse.

Em uma simulação feita pela equipe de reportagem, com uma corrente e um anel de ouro, foi oferecido o valor de R$ 2.087. Os encargos por mês, atualmente, ficam em R$ 80, contando com os juros de 2,19%; IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 0,38%; e tarifa do penhor de 0,95%.

Nesse caso, o valor poderia ser quitado daqui 30 dias ou renovado. A cada mês que passar, o valor pode ser abatido até chegar aos R$ 2.167,50 emprestados.

Outra modalidade é o parcelado, que em 12 vezes tem juros de 3,75% ao mês. Já com os encargos, a consumidora vai precisar pagar R$ 231,03, com data fixa estipulada.

No entanto, se comparar com a compra de ouro no comércio, no banco a joia pode ter desvalorização de até R$ 1.313. Em um local pesquisado na Avenida Calógeras, o valor oferecido para os dois objetos foi de R$ 2.720; em uma loja na Rua 14 de Julho, R$ 2.805; em outro local na Avenida Afonso Pena, as mesmas joias são compradas por R$ 3.400.

Contratação - O valor da contratação é definido pelo cliente, conforme a sua necessidade, limitado ao valor da avaliação, podendo chegar a 100% do valor da avaliação para clientes que possuem relacionamento com a Caixa.

Os clientes que não possuem relacionamento com o banco podem contratar até 85% do valor da avaliação do bem.

Existem dois tipos: penhor tradicional, com prazo de até 180 dias, e pagamento mínimo de R$ 50; e penhor parcelado, de 2 a 60 meses, com parcela mínima de R$ 100.

O bem é avaliado na hora por um empregado da Caixa e o dinheiro também já é liberado na hora.

Depois de quitar o empréstimo, as joias são devolvidas. Já em caso de não pagamento, a Caixa passa a ter direito sobre os bens e são leiloados para quitar a dívida.

Dados – Conforme dados repassados pela Caixa Econômica Federal, neste ano, foram realizados 222,2 mil contratos novos de penhor, correspondendo a R$ 579,1 milhões, e foram renovados 2,2 milhões de contratos, correspondendo a R$ 5,3 bilhões.

As regiões que possuem maior volume em contratação de penhor são os estados de: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Segundo a Caixa, por estratégia, os dados específicos de Mato Grosso do Sul não puderam ser repassados.

Em Campo Grande, três agências da Caixa Econômica Federal trabalham com o penhor. Clique aqui para pesquisar.

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