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Economia

MS terá agência nos moldes do Sistema S para captar investimento

Governo já elaborou formato do serviço para “vender” potenciais do Estado ao mercado

Por Maristela Brunetto | 26/02/2024 08:11
Governo aposta em indústria de transformação, projetos com "pegada" sustentável e inovação (Foto: Semadesc/ Mairinco de Pauda)
Governo aposta em indústria de transformação, projetos com "pegada" sustentável e inovação (Foto: Semadesc/ Mairinco de Pauda)

O Governo do Estado já definiu o modelo e agora trabalha no projeto de lei para a criação de uma agência de investimentos, com a finalidade de se comunicar com o mercado e captar iniciativas para o Estado. Com uma indústria ascendendo de 7% para 22% em sete anos a importância na economia local, parece ser o momento “propício”, nas palavras do secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez.

Ele considera que há muita gente do mercado de olho no Estado, sendo indispensável atrair capital privado para fazer a economia girar. A elaboração da agência ficou a cargo da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), sob comando do secretário executivo de Qualificação Profissional e Trabalho, Bruno Bastos.

O secretário executivo informou que o projeto já foi analisado por técnicos e pela PGE (Procuradoria Geral do Estado), devendo ser enviado em breve para a Assembleia Legislativa para torná-lo lei. O governo deve adotar um modelo semelhante ao que já existe em São Paulo e Paraná, com uma agência seguindo uma figura assemelhada ao serviço social autônomo, o chamado Sistema S, ou seja, uma pessoa jurídica de direito privado mas vinculada ao poder público. Naqueles estados, as agências chamam-se InvestSP e Invest PR, que funcionam como ponte entre governo e setor privado, divulgando potencialidades, condições de competitividade, dados econômicos e setores prioritários para investimentos.

Bastos explica que com essa estrutura jurídica, a agência receberá recursos do tesouro, mas terá mais autonomia e, depois, prestar contas das receitas. Ele explica que a atração de investimentos hoje já é feita pela Semadesc, mas a criação da agência permitirá “elevar o nível de captação”.

Ele menciona, como exemplo, a participação em missões de negócios, para “vender” o Estado no Brasil e no exterior. No ano passado, o governo promoveu o MS Day, uma vitrine de divulgação, em São Paulo. Para este ano, está programado o evento em Nova Iorque. Ao anunciar o evento, o governador Eduardo Riedel apontou que seria a oportunidade de avançar em prospecções que já estavam em curso, com o propósito de diversificar as cadeias produtivas do estado, atraindo novos atores.

O secretário executivo menciona ainda interesse em buscar iniciativas relacionadas à sustentabilidade e tecnologias inovadoras. Ele aponta que a agência também atuará em captação de fundos específicos e terá um trabalho transversal, repassando informações e identificando as demandas que os empresários apontarem para que o Governo apoie com infraestrutura.

O Estado recebe o maior investimento privado do País, com a construção da maior fábrica de celulose do mundo pela Suzano em Ribas do Rio Pardo, investimento estimado em R$ 22 bilhões. Outra gigante do setor, a chilena Arauco, está em processo de licenciamento de uma planta, em Inocência, com capital previsto de R$ 28 bilhões. Há ainda indústrias de transformações se instalando em outras cidades, como uma processadora de milho para produzir etanol em Sidrolândia e uma esmagadora de soja em Naviraí, cada uma anunciando investimentos superiores a R$ 1 bilhão.

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