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Economia

Muçarela sobe 26% e salgados podem ser os próximos a ficar mais caros

Empresários ainda estão segurando o repasse da alta no preço dos derivados de leite aos consumidores.

Ricardo Campos Jr. | 17/05/2017 11:13
Mussarela é usada na maioria dos salgados (Foto: Marina Pacheco)
Mussarela é usada na maioria dos salgados (Foto: Marina Pacheco)

A muçarela, um dos principais insumos usados em padarias e lanchonetes na fabricação de salgados, ficou 26,81% mais caro nas últimas semanas como reflexo da alta no preço da matéria-prima: o leite. O produto entrou em período de entressafra em meados de abril com a chegada do outono, reduzindo a oferta.

Para não perder clientes, empresários tentam segurar o quanto podem o repasse desse acréscimo aos clientes, embora estimem que nas próximas semanas todos os derivados devam ficar um pouco mais pesados no bolso.

Luciano Borges é dono da panificadora Empório do Pão, localizada no bairro Taveirópolis, e afirma que a peça de muçarela que antes custava R$ 13,80 subiu para R$ 17,50 o quilo quando comprada diretamente do fabricante.

“Quando chega na entressafra, a gente acaba assimilando um pouco. Eu, por exemplo, sempre tenho estoque de queijo caipira. Ano passado eu cheguei a pagar R$ 33 nele, enquanto a média do ano é R$ 12. Espero que esse ano não chegue nesse nível”, afirma o empresário.

Diante do aumento, quem usa o queijo como matéria-prima acaba entrando em um dilema. “A minha chipa, por exemplo, eu não posso subir, senão não vende”, explica.

O leite longa vida, segundo ele, teve aumento de R$ 0,40 aproximadamente, antes era encontrado por R$ 2,30 e agora chega a R$ 2,85 o mais barato, segundo ele. Já o leite de saquinho teve incremento de R$ 0,10 o tipo C e de R$ 0,20 o tipo B no estabelecimento dele.

Empresários estão segurando os preços, mas devem repassar aumento aos consumidores nas próximas semanas (Foto: Marina Pacheco)
Empresários estão segurando os preços, mas devem repassar aumento aos consumidores nas próximas semanas (Foto: Marina Pacheco)

Manoel Barbosa é gerente-geral na panificadora Tietê da Avenida Julio de Castilho. Ele afirma ter registrado aumento médio de 10% no preço de leite e derivados comprados diretamente com os fabricantes que também não foi repassado ao consumidor.

“Nós vamos precisar fazer esse repasse. O nosso impacto é em tudo, não só na venda direta, mas também nos produtos que a gente faz, como os salgados. Mussarela, queijo caipira, requeijão. Todos esses produtos já foram aumentando. Os derivados vão ter um impacto negativo na inflação”, afirma.

O estabelecimento, segundo Manoel, vai aguardar as próximas semanas para ver se haverá novos aumentos para então decidir de quanto será o acréscimo nas prateleiras.

Lourenço Aguilhera, dono da Padaria Giocondo, localizada no bairro Giocondo Orsi, também está segurando o preço dos produtos, embora tenha havido aumento na compra com os produtores e fabricantes.

“Nós seguramos porque não dá para repassar tudo de uma vez. Aguentamos geralmente uns 15 dias e avisamos o cliente que vai subir”, explica.

Aguilhera também afirma que os produtos preparados no estabelecimento, que usam leite e derivados como insumos, tendem a ficar mais caros. No caso da mussarela, ele fala em aumento de 25% no preço para o empresário.

Dados - Em março comparado a fevereiro, os valores pagos ao produtor registraram alta de 6,8%, quando foi registrado R$ 0,9404/litro fechando o mês a R$ 1,004 por litro, segundo Boletim da Bovinocultura de Leite, divulgado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS).

Comparado ao mesmo período do ano passado, a alta foi ainda maior, de 8,3%, quando o valor registrado na época foi de R$ 0,9269.

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