Na fila de supermercado, possibilidade de estocar comida vira papo do dia
Empresários lembram que hoje não há qualquer possibilidade de problemas no abastecimento
Imagens nas redes sociais, que mostram prateleiras vazias na Europa, viraram outra fonte de pânico desmedido entre os brasileiros. Apesar da tranquilidade no movimento de compras, o assunto “estocar comida” diante do temor do coronavírus, já é assunto recorrente nas filas dos supermercados da Capital. O clima de calmaria ainda prevalece entre os consumidores ouvidos hoje pela manhã pela reportagem em alguns supermercados, mas a previsão é que isso mude nas próximas semanas.
De acordo com a estudante Ada Sinticue, de 21 anos que fazia compras hoje em um estabelecimento na Calógeras, o assunto começa a trazer preocupação. “Hoje estou fazendo compras normais. Mas a partir da próxima semana ai sim eu acredito que vamos precisar comprar pra estocar”, salienta ela que acredita ainda que preços devem subir. “Não poderá sair de casa e ir mercado. Se hoje tá cheio, imagina começar a doença se espalhar”, afirmou.
Geise Aparecida Roca, de 47 anos, que trabalha em casa, também estava comprando mantimentos hoje de manhã. Ela disse que está vendo gente ficar preocupada, mas acha também que as pessoas devem começar a ficar mais atentas na próxima semana. “Acho que vai precisar guardar comida sim”, alegou.
A amiga de Geise, Maria Aparecida Almeida, 64 anos, falou que está ficando temerosa sim com o coronavírus e que já está tomando medidas básicas de higiene. “Mas tá todo mundo doido achando que a doença vai chegar semana que vem. Acredito que semana que vem teremos mais pessoas fazendo compras indo pra rua, atrás de comida, de máscara, vai começar o desespero”, destacou.
O responsável pelo mercado do Alemão, Jonathan Mota, disse que por enquanto só a prevenção tem reduzido estoques. “É mais compra de álcool em gel e as máscaras”, adiantou. Mota destaca, no entanto, que caso sejam adotadas medidas mais severas isso pode complicar a chegada dos alimentos em Campo Grande. Mesmo assim ele ressalta que o estabelecimento só vai tomar atitudes operacionais se chegar a situação. “Aí faremos mudanças. Se chegar no ponto em que as pessoas não irem mais aos mercados aí ficará bem difícil igual a greve dos caminhoneiros”, alegou.
Tranquilidade - De acordo com o presidente da AMAS (Associação Sul-Matogrossense de Supermercadistas de Mato Grosso do Sul) Edmilson Veratti, por enquanto os supermercadistas não tem nenhuma orientação sobre aumento de estoques em MS. “Em São Paulo e Rio de Janeiro, onde tem casos confirmados, não teve alteração nenhuma. Aqui no Estado nada suspenso. Não tem orientação nenhuma do Ministério da Saúde”, reafirmou ele .
Os estabelecimentos seguem a previsão normal de compras. A situação só altera se mudar a logística. “Hoje tudo normal, entregas não tem cenário de anormalidade ainda, muito menos orientação de estender horário ou suspender algo”, enfatizou Veratti.