Novas regras do Minha Casa Minha Vida vão destravar imóveis parados
As novas regras do programa social Minha Casa Minha Vida, anunciadas ontem (6) pelo Governo Federal, devem destravar as vendas de imóveis que estão parados em Mato Grosso do Sul e reaquecer o mercado da construção civil.
O presidente do Secovi/ MS (Sindicato da Habitação), Marcos Augusto Neto acredita que a facilitação do fornecimento de crédito era o que faltava para dar confiança à população. "Este ano não tem previsão de retração na economia, apesar de não ter uma melhora grande, mas já é um sinal positivo e as pessoas, com essas novas regras, vão comprar a casa nova, sem medo de assumir um compromisso", informa.
Ele afirma ainda que a medida veio em boa hora e que o mercado imobiliário deve aquecer instantaneamente. "Em 2016 o crédito bancário estava mais restritivo e ninguém compra imóvel à vista, a maioria depende de financiamento e se tem financiamento, tem impacto positivo, já que a construção civil é uma das locomotivas da economia", diz.
Neto diz ainda, que a Caixa Econômica tem recurso de R$ 1,7 bilhão este ano para aplicar em Mato Grosso do Sul, no setor da construção civil. "Esse dinheiro circulando na economia, gera emprego e renda e é o que o Brasil precisa, principalmente o nosso Estado", finaliza.
O presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Campo Grande), José Abelha, afirma que já estava na hora do governo fazer algo para recuperar o setor. "Essas mudanças devem ser sentidas a partir de março. As empresas devem tirar do papel os projetos e com isso gerar empregos".
Ele diz ainda que "estudos mostram que a cada R$ 1,00 aplicado na Construção Civil gera outros R$ 3,00 nos outros setores. Então devemos ter uma reação em cadeia", explica.
Para o presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Adão Castilho, as mudanças vão reaquecer o mercado. “Qualquer incentivo para impulsionar a Construção Civil é muito importante. Precisamos recuperar o setor que é um dos pilares da economia”, alega.
Em Campo Grande, são comercializados por ano cerca de três mil imóveis pelo Minha Casa Minha Vida. Os pequenos construtores são responsáveis por 15 mil empregos diretos. “O aumento da faixa de renda das famílias beneficiadas com o programa deve inserir muitas outras categorias profissionais. A consequência será uma maior demanda e mais empregos”, conclui Castilho.
Mudanças - As famílias com renda de até R$ 9.000 poderão aderir ao programa Minha Casa, Minha Vida e comprar a casa própria com juros mais baixos que os de Mercado, anunciou o governo federal durante evento, esta tarde, no Palácio do Planalto. Pelas regras atuais, o limite máximo de renda para participar do programa é de R$ 6.500.
Com condições diferentes e quatro faixas salariais, o programa funciona de acordo com a renda familiar, e oferece subsidio maior e juros menores para a compra da casa própria pelas famílias de renda mais baixa.