Óleo de soja já é vendido por quase R$ 10 na Capital, mas segue "insubstituível"
Inflação acumulada do produto teve aumento de 30%, na comparação com 12 meses atrás, no País
O óleo de soja tem sido um dos principais vilões no orçamento de brasileiros, mas segue como item indispensável e insubstituível, já que outras alternativas para substituir o produto são ainda mais caras. Na prática, inclusive, ele já tem sido vendido por quase R$ 10 em mercados campo-grandenses.
O promotor de vendas Luiz Barão, de 43 anos, comenta que não tem pra onde fugir quando se trata sobre o preço deste produto e que não vê outra opção para comprar. "O óleo de girassol é mais caro e o azeite está a uns R$ 15. Tem que continuar com o de soja.”
O agente de saúde Odilon Felipe Leite, 27, também é do time que não substitui este item, mas que tem adotado prática de reutilizar, especialmente quando vai fritar alimentos. “Dependendo, dá para usar umas duas ou três vezes”, comenta.
A pedagoga Lilian de Oliveira, 35, avalia que o consumidor se torna refém dos mercados, já que não há como substituir o produto. "O azeite é mais caro, um absurdo o valor. A mesma coisa vale se for de óleo de girassol ou de coco. Não temos opção, a não ser comprar o de soja, que neste caso, ainda é o mais barato.”
A reportagem verificou nesta manhã (29) que o produto é encontrado, em geral, por mais de R$ 9 em alguns dos principais mercados da cidade. A garrafa de 900 ml, da marca Concórdia, custa R$ 9,89 no Comper, enquanto a da Vitaliv sai por R$ 9,89. No mesmo estabelecimento, o da marca Soya é vendido a R$ 9,59.
O mesmo produto, mas da Coamo, é comercializado a R$ 9,49 em um Fort Atacadista, também na Capital, enquanto o Concórdia sai por R$ 8,49.
Alta nos preços - De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2022, o preço do óleo de soja - que é o tipo mais consumido pelos brasileiros -, já subiu 18% no mês de abril em todo o País e, em 12 meses, a alta acumulada é de 30%.
O economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas) André Braz explicou em publicação do portal Globo que a Guerra do Leste Europeu é um dos fatores que influencia no preço, já que a commodity é comercializada por países envolvidos no conflito, reduzindo a oferta no mercado mundial.
"Ele é um insumo que as famílias consomem diretamente e consomem indiretamente quando compram produtos industrializados, que em sua fabricação, utilizaram os óleos vegetais. Então, esse efeito indireto é mais difícil de ser medido e é maior."
Em Campo Grande, o índice cresceu quase cerca de cinco vezes, entre os meses de fevereiro e março deste ano, após ter registrado quedas consecutivas.