ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEGUNDA  10    CAMPO GRANDE 29º

Economia

Orientação é negociar aluguel para garantir “trincheira” contra covid-19 em MS

Presidente do sindicato que representa 2 mil imobiliárias fala que objetivo é assegurar único local que protege do coronavírus

Izabela Sanchez | 13/04/2020 14:38
Orientação é negociar aluguel para garantir “trincheira” contra covid-19 em MS
Duas placas na mesma construção na Avenida Mato Grosso em Campo Grande indicam: quer vender ou alugar esses imóveis? (Foto: Henrique Kawaminami)

Se o novo coronavírus for encarado como inimigo e o cenário de pandemia uma guerra, as residências são as trincheiras. É como define o presidente do Secovi de Mato Grosso do Sul (sindicato que representa as empresas imobiliárias), Marcos Augusto Netto. Ele afirma que há um mês já começaram a aumentar os pedidos de parcelamento do aluguel.

O presidente lembra que a crise precedeu o projeto de lei aprovado pelo Senado que prevê a possibilidade de negociação e atraso no pagamento, quando, por exemplo, o locatário tiver sido demitido do emprego. O Secovi representa mais de 2 mil imobiliárias em Mato Grosso do Sul.

Marcos diz que “o mais importante, agora, é manter as pessoas dentro de casa” e que, ainda que os corretores e imobiliárias continuem fechando contratos de aluguel e até de vendas, ainda não é possível falar do impacto econômico da crise causada pelo novo coronavírus e a quarentena mundial.

Orientação é negociar aluguel para garantir “trincheira” contra covid-19 em MS
Placa de aluga-se em residência de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

“Olha, já está acontecendo, já estava antes de ser aprovado no Senado. Então por exemplo, o inquilino fala olha eu posso pagar 30% agora e depois em 3, 4 vezes assim e assim? Não podemos esquecer que temos do lado de cá, temos muitos proprietários idosos que às vezes têm um ou dois imóveis. A orientação é negociar, negociar e negociar”, disse Marcos.

O presidente afirma que a orientação do Secovi é que as imobiliárias intensifiquem ainda mais a relação de mediar possíveis conflitos e que a prioridade é não romper contratos. Conforme declarou, é preciso “chegar a um acordo que agrade os dois lados”.

Setor vacinado – O presidente afirma  que “quem fala em data para o desfecho dessa crise está louco”, mas reforça que não é a primeira vez que o ramo imobiliário sofre com crise econômica. “Sempre fizemos isso [orientar para negociar valores], já passamos por tanta coisa, pelo plano Sarney, plano Color, inflação de 80%, o setor já é vacinado”, comentou.

Em Campo Grande o sindicato empresarial, segundo o presidente, representa aproximadamente 800 empresas. Ele disse não ter levantamento de quantos contratos de aluguel foram iniciados no último mês, ainda que tenha declarado “que as operações continuam”. Afirma, ainda assim, que o setor imobiliário é pulverizado e que a maioria das empresas são pequenas e representam entre “200 e 300 imóveis”.

Orientação é negociar aluguel para garantir “trincheira” contra covid-19 em MS
Placas de vende-se ou aluga-se espalham-se por Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

O Secovi garante que, até agora, nenhuma empresa do ramo fechou as portas.

“É importante destacar que nessa guerra que estamos vivendo hoje a única arma que está funcionando é o isolamento social. Onde é a trincheira? A casa da pessoa, moradia. Essa é a trincheira. E outra coisa: todos estão cientes da dificuldade de todo mundo, não adianta fazer negociação que desestabilize um ou outro”, defendeu.

Para o presidente, “é necessário negociar para ter um equilíbrio”. “A decisão que o Senado tomou foi positiva. A Simone Tebet [Senadora do MDB por MS], ela faz essa observação no relatório, da negociação. Quem é a entidade mais apropriada para negociar nesse momento? São as imobiliárias. Imagina se deixa na mão da Justiça. Se judicializar vira um caos”, avaliou.

“E um detalhe, estamos tendo essa procura e nem foi aprovado [projeto de lei]. Desde a hora que pipocou esse negócio já sabíamos que ia acontecer isso, que ia ter essa situação. Todo mundo está negociando, ajeitando, negociando. Locação está andando, continuamos alugando, essa necessidade é primária, a pessoa precisa do seu esconderijo”, disse.

Nos siga no Google Notícias