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Capital

Desemprego em ebulição leva centena de pessoas à porta da Funtrab

Agência da fundação distribuiu 100 senhas, esgotadas em apenas dez minutos

Jones Mário e Lucas Mamédio | 13/04/2020 08:48
Atendimentos na sede da Funtrab na Capital vão até 17h30min, sem intervalo para almoço (Foto: Paulo Francis)
Atendimentos na sede da Funtrab na Capital vão até 17h30min, sem intervalo para almoço (Foto: Paulo Francis)

A Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul) voltou a funcionar nesta segunda-feira (13), após paralisação forçada para evitar aglomerações e frear a propagação do novo coronavírus. Em poucos minutos, as 100 senhas distribuídas para atendimento se esgotaram. A maioria entre os trabalhadores que procuraram a agência em Campo Grande foi demitida por causa da crise econômica e busca acesso ao seguro-desemprego.

Pelo menos 15 pessoas ficaram de fora dos atendimentos previstos pela Funtrab, como Eduardo Prestes de Oliveira, 41. Dispensado há três semanas, o moto entregador tentou dar entrada ao pedido pelo seguro-desemprego pelos meios digitais, mas, sem sucesso, recorreu à sede da Funtrab. Ele vai precisar voltar outro dia, “mais cedo”, disse.

Unidas também pelo desemprego, irmãs Ana Luisa e Andrea buscaram atendimento na Funtrab (Foto: Paulo Francis)
Unidas também pelo desemprego, irmãs Ana Luisa e Andrea buscaram atendimento na Funtrab (Foto: Paulo Francis)

Ana Luisa da Silva, 34, trabalhava na recepção de um motel da Capital, mas veio o novo coronavírus, com ele a crise e, então, o desemprego. Segundo ela, bastou o movimento cair para que a empresa fizesse cortes no quadro de funcionários.

Irmã de Ana Luisa, Andrea, 29, trabalhava no mesmo local e tinha a mesma função, mas foi desligada pouco antes da deflagração da pandemia. Com as agências de empregos fechadas, só conseguiu procurar o benefício social agora.

A fila para acessar a Funtrab, localizada na Rua 13 de Maio, Centro de Campo Grande, deu volta no quarteirão. Alguns usavam máscaras de proteção facial. Outros desrespeitavam distanciamento mínimo para minimizar chances de contágio pelo vírus.

Na espera por atendimento estava também Dalva Aparecida da Silva, 52, que trabalhava como babá e foi demitida pouco após voltar de licença-médica para tratar um câncer.

Direto-presidente da fundação, Enelvo Felini detalhou ações de biossegurança no local (Foto: Paulo Francis)
Direto-presidente da fundação, Enelvo Felini detalhou ações de biossegurança no local (Foto: Paulo Francis)

Tinha também gente como o industriário José Cícero, 53, dispensado há 15 dias vítima dos cortes na esteira da recessão econômica. A senha de número 100 era a dele.

Segurança - Diretor-presidente da Funtrab, Enelvo Felini revelou que a agência na Capital vai operar em regime de escala de trabalho, com 12 funcionários por dia, em média. Os atendimentos começam às 7h30min e vão até 17h30min, sem intervalo para almoço.

“Todos os serviços estão disponíveis normalmente, mas a gente já sabe que a procura maior vai ser pelo seguro-desemprego”, salientou.

As mesas da sede foram separadas umas das outras, a uma distância segura. Os atendimentos no interior da agência são espaçados para grupos de 20 pessoas.

Com centena à espera, fila dobrou quarteirão na região central de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Com centena à espera, fila dobrou quarteirão na região central de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)


Confira a galeria de imagens:

  • Moto entregador, Eduardo Prestes de Oliveira não conseguiu atendimento (Foto: Paulo Francis)
  • Industriário José Cícero era o último da fila (Foto: Paulo Francis)
  • Babá, Dalva Aparecida de Oliveira era mais uma na fila do desemprego (Foto: Paulo Francis)
  • Grupos de 20 pessoas é atendido por vez na Funtrab (Foto: Paulo Francis)
  • (Foto: Paulo Francis)
  • (Foto: Paulo Francis)
  • (Foto: Paulo Francis)
  • (Foto: Paulo Francis)
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