Para empresa que sobreviveu dos Réis ao Real, 2023 surge como "incógnita"
Maior preocupação é aquela que aflige o bolso de muitos brasileiros: preço dos combustíveis
Há 87 anos - numa linha do tempo em que o Brasil passou por nove moedas, num ciclo dos Réis ao Real -, resiste uma certeza: a Cooperativa Agrícola de Campo Grande vai estar de portas abertas, no imóvel que leva a numeração 3010, na Rua 14 de Julho.
Protagonista de uma história de longevidade, a cooperativa agora se volta para 2023, ano que nas palavras do gerente Cloilton Peinado Brahim, se define em uma palavra: “incógnita”. A maior preocupação no cenário econômico é aquela que aflige o bolso de muitos brasileiros: o comportamento dos preços dos combustíveis.
“É uma incógnita. Não dá para ter visão bem clara se realmente o combustível vai subir, se vai ter muito aumento. Os nossos insumos dependem do frete porque vêm de caminhões, que usam o diesel. A perspectiva é de um ano complicado. Mas a gente tem esperança de que tudo dê certo”, diz Brahim, há 22 anos na cooperativa.
Nesse cálculo entram os desafios desde 2020, quando a pandemia fez preços de insumos agrícolas dispararem.
Na ativa desde 5 de maio de 1935, com registro na Jucems (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul) datado de 11 de outubro de 1939, a cooperativa agrícola surgiu da iniciativa dos imigrantes japoneses. Inicialmente, as culturas eram milho, café e arroz.
A partir da década de 60, ganhou força o segmento de hortifrutigranjeiro, tanto no atacado quanto no varejo. Trabalho que ajudou a plantar o cinturão verde de Campo Grande.
Das 7h30 às 17h30, a loja da Rua 14 de Julho comercializa de sementes a defensivos. “É uma empresa pequena, simples, uma família, praticamente. Mas temos tudo o que precisa em relação a hortifrúti, é uma das mais completas do Estado”, diz o gerente.
O patrimônio da Cooperativa Agrícola de Campo Grande inclui sede administrativa (Rua General Mello), Mercado do Produtor (Avenida Calógeras) e pavilhão na Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Groso do Sul). São 97 cooperados.
Em quase nove décadas, o Brasil passou por nove moedas: Réis (até 1942), Cruzeiro (1942 a 1967), Cruzeiro Novo (1967 a 1970), Cruzeiro (1970 a 1986), Cruzado (1986 a 1989), Cruzado Novo (1989 a 1990), Cruzeiro (1990 a 1993), Cruzeiro Real (1993 a 1994) e Real.