Prefeitos garantem 13°, mas não sabem como vão pagar o salário de dezembro
O secretário-geral da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) e prefeito de Rio Brilhante, Sidney Foroni (PMDB), estima que de 30% a 40% das prefeituras do Estado terão dificuldades em fechar as contas no fim de 2016. Entram nesta lista despesas com fornecedores, o salário referente ao mês de dezembro dos servidores e, em alguns casos, o 13º salário.
“Nós temos orientado os prefeitos a separarem a parcela do ITR (Imposto Territorial Rural) para garantir o 13º. Tem prefeitura que não deixou. Essas vão ter problemas, porque vão depender das parcelas lá na frente”, explicou o gestor.
Segundo ele, os municípios estão fazendo levantamentos para que seja feita uma radiografia da situação financeira das cidades até o dia 20 de dezembro.
“Tem muitas prefeituras com grandes dificuldades em fechado ano. Estão dependendo de receitas extras, como a multa da repatriação, que se vier, vai ser a salvação da lavoura. Ainda estão fechando as contas, porque os prefeitos vão priorizar, em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal, todos os débitos que não podem ficar nos restos a pagar”, explica Foroni.
Ele acredita que a maioria dos gestores deve priorizar as folhas de pagamento, que se suprimidas podem render uma repercussão mais negativa.
Foroni conta que vai dividir o pagamento do 13º de Rio Brilhante em duas etapas. No dia 15, segundo ele, será depositado o montante correspondente aos servidores administrativos e no dia 22 será a vez dos professores.
Pedro Arlei Caravina (PSDB), prefeito de Bataguassu e terceiro secretário da Assomasul, afirma que já tem encaminhado o 13º para ser depositado integralmente na próxima sexta-feira a todos os 830 funcionários, mas ainda não sabe como fará para depositar o salário referente ao mês de dezembro. Ele calcula que várias prefeituras estão em situação semelhante.
“O problema está sendo o fechamento de fim de ano com engargos e a folha de pagamento. É um fim de ano muito complicado e todos os prefeitos estão tendo dificuldades para fechar as contas. A arrecadação não está dentro do esperado para o mês de dezembro. Geralmente nós procuramos fazer um caixa para suportar o último mês do ano”, explica o gestor.
Aluizio Cometky São José (PSB), prefeito de Coxim, afirma que “está cada vez mais apertado o sapato. Nós temos feito por onde para promover esforços no intuito de reduzir o déficit fiscal. Os municípios são o elo mais fraco da cadeia, nós dependemos das receitas”, explica.
Situação – O Campo Grande News tentou contato com vários prefeitos para saber como está a situação financeira no último mês de 2016, mas somente alguns atenderam à reportagem.
Em Alcinópolis, o 13º foi pago na última quarta-feira (7), segundo o prefeito Ildomar Carneiro (PMDB), para todos os 350 funcionários municipais, mas o salário referente ao mês de dezembro ainda é incerto.
“Estamos juntando dinheiro para pagar, está apertado. Estamos esperando a multa da repatriação e estamos confiantes que melhore a arrecadação este mês”, garante.
O 13º salário dos servidores de Angélica já foi pago integralmente, conforme o prefeito Luiz Antônio Milhorança (PSDB). “Porém, estou com problemas para pagar o salário de dezembro. Está difícil de fechar e pagá-lo dentro do mês”.
Em Aquidauana, o prefeito José Henrique Trindade (PDT) garante que já tem sob controle a situação do 13º. “Nós pagamos metade na semana passada e na próxima sexta-feira depositaremos o resto”, afirma.
Jun Iti Hada (PMDB), prefeito de Bodoquena, garante que o 13º já foi pago integralmente na semana passada e deve pagar o salário relativo ao mês de dezembro no dia 28. “O próximo prefeito só não vai pegar muito dinheiro em caixa”, afirma.
Marta Maria de Araújo (PT), prefeita de Eldorado, teve dificuldades para pagar o 13º salário. Alguns funcionários do setor administrativo ainda não receberam, mas ela garante que até amanhã resolve a situação.
“Estou cmo muita dificuldade. Se não der para pagar o salário de dezembro, vamos deixar na conta. Tem pagamentos de fornecedores também, mas sempre priorizamos a folha, não tenho nenhuma atrasada, mas há uma dificuldade muito grande. Sempre ficam contas do mês anterior que não conseguimos quitar tudo”, explica.
O prefeito de Iguatemi, José Roberto Felipe Arcoverde (PSDB) conseguiu pagar apenas o 13º dos funcionários concursados, mas garante que está resolvendo a situação dos contratados. “Nós temos difculdades, mas a minha secretária responsável por esse setor deve fechar um balanço no dia 20. Nosso salário a gente semrpe paga antes do dia 30, agora, eu não sei”, afirma.