Ranking coloca Campo Grande como a 9ª capital mais desenvolvida do país
Índice da Firjan abrange dados de emprego e renda, educação e saúde; cidade perdeu uma posição ao ser superada por Cuiabá e “atropelada” por Teresina
Campo Grande é a nona capital mais desenvolvida do Brasil, segundo números do último IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento dos Municípios), divulgado nesta quinta-feira (28). A colocação representa perda de uma posição na comparação com o levantamento anterior, do ano passado, mesmo com a melhora da média da Capital na comparação com as demais.
O estudo considera índices como geração de emprego e renda, educação e saúde, é realizado anualmente –o estudo de 2018 leva em consideração dados de dois anos antes, quando o Brasil começou a apresentar recuperação da crise que, desde 2014, castigou a economia nacional.
As notas vão de 0 a 1 –quando mais próximo de um, maior é o índice de desenvolvimento. Três aspectos são avaliados na classificação: Emprego e Renda (em pontos como geração de emprego formal, taxa de formalização, geração de renda e massa salarial real no mercado formal), Educação (atendimento à Educação Infantil, abandono no Ensino Fundamental, distorção idade-série no Fundamental e docentes com Ensino Superior no Ensino Fundamental, entre outros) e Saúde (proporção de atendimento adequado em pré-natal, óbitos por causas mal definidas e óbitos infantis por causas evitáveis).
Pelo ranking, notas de 0,0 a 0,4 são tratadas como baixo estágio de desenvolvimento; 0,4 a 0,6 se refere a qualificação de desenvolvimento médio; 0,6 a 0,8 considera-se desenvolvimento moderado e 0,8 e 1,0 alto estágio de desenvolvimento.
Cuiabá (MT) e Teresina (PI) tiveram altas em suas notas que lhes colocaram à frente da Cidade Morena: a capital mato-grossense saiu da 9ª para a 5ª posição, enquanto a cidade do Piaiú saiu da 14ª colocação para a 4ª.
Conforme o estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Campo Grande saiu de média 0,8128 para 0,8145, aumento de 0,2%. Cuiabá evoluiu de 0,8015 para 0,8266; e Teresina de 0,7853 para 0,8275.
A lista das dez capitais melhor avaliadas mantém Florianópolis (SC) como a primeira colocada, seguida por Curitiba (PR), São Paulo, Teresina, Cuiabá, Vitória (ES), Belo Horizonte (MG), Goiânia, Campo Grande e Palmas (TO). Nas últimas posições estão Maceió (AL), Belém (PA) e Macapá (AP).
Recuperação – O IFDM Brasil apresentou alta depois de dois anos em queda. O índice de 2016 é de 0,6678 pontos, mostrando reação depois de 2014, quando a forte recessão atingiu em cheio indicadores de mercado de trabalho e, no ano seguinte, recuou ao menor índice desde 2011 –os dados de Emprego e Renda anularam a evolução registrada na Educação e na Saúde.
Os dados de 2016 mostra melhora em números sobre geração de emprego e melhoria da renda dos brasileiros. Por outro lado, os técnicos que elaboraram o estudo apontam que Educação e Saúde –que desde o início do estudo revelaram avanços– tiveram a menor evolução em dez anos, “mostrando os impactos sociais da crise”, anotou o estudo.
Dados ainda apontam a desigualdade entre as regiões brasileiras: de um lado, 98,8% dos municípios das regiões Sul e Sudeste apresentam índice de evolução de moderado a alto. No Centro-Oeste, o percentual é de 92,4% –a região abriga 7% dos municípios mais desenvolvidos do Brasil.
Já as regiões Nordeste e Norte, juntas, reúnem 87,2% dos municípios brasileiros com notas regular ou baixa. Ambas, juntas, têm apenas oito das cidades mais bem estruturadas do país.
Tal dado também mostra que as cidades com melhores notas não são capitais: as dez melhores colocadas estão no interior dos Estados de São Paulo (cinco delas, incluindo Louveira, a primeira colocada), Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Os piores ficam no Norte e Nordeste.
Lentidão – Entre 2015 e 2016, a Firjan contabilizou o fechamento de três milhões de postos de trabalho formais em quase 60% dos municípios brasileiros, “incluindo capitais e grandes centros”.
O impacto, frisa o estudo, levará anos para ser remediado: caso fosse mantido percentual de 1,5% de aumento no nível de emprego formal no Brasil nos próximos anos –média apurada pela instituição–, o país igualaria os indicadores de 2013 apenas em 2027.
“O desenvolvimento dos municípios brasileiros regrediu três anos no tempo”, destacou a Firjan no estudo. A velocidade de recuperação, para os especialistas, dependerá do equilíbrio fiscal das administrações, uma vez que o maior problema não está na falta de recursos –uma vez que a Saúde e a Educação consideram o número de pessoas atendidas. A entidade recomenda acelerar o desenvolvimento no interior.