Redes planejam 6 novos mercados e acirram disputa por clientes
Ainda neste ano, grandes redes nacionais devem abrir pelos menos seis novos supermercados em Campo Grande. A novidade acirra a disputa por clientes e deixa em alerta alguns empresários locais, que se esforçam para competir com os “grandes” e até cogitam “carregar no colo” os fregueses para não perdê-los.
Vice-presidente da Amas (Associação Sul-matogrossense de Supermercados) e proprietário do Supermercado Gaúcho, Luiz Tadeu Gaedick contou que somente o Grupo Pão de Açúcar (GPA) planeja abrir quatro novos empreendimentos na Capital. As lojas, inclusive, já teriam endereço certo.
Uma delas será construída na Avenida Bandeirantes, onde funcionava a antiga Chacha Veículos. Também há a expectativa de o grupo abrir um novo supermercado no Bairro São Francisco, próximo à igreja. Um Assaí estaria em construção na saída para Aquidauana.
O primeiro Supermercado do grupo com a bandeira do Pão de Açúcar pode ser construído na região perto do Parque do Sóter.
Por meio da assessoria de imprensa, o Grupo Pão de Açúcar não confirmou os investimentos, seguindo estratégia de manter em sigilo os próximos passos da rede. “O GPA acredita e acompanha o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e se mantém atendo às oportunidades de cada mercado”, informaram. “Sobre novas lojas, quando possível, a Companhia divulgará informações”, emendaram, via nota.
Hoje, a rede está presente no Estado com duas lojas de Assaí Atacadista em Campo Grande, dois Extra Hiper na Capital e um em Dourados, além de 15 Casas Bahia. Ainda sobre o grupo, Gaedick comentou a política nacional de abrir um Assaí onde tiver um Atacadão. “Imagino que é para ficar próximo do concorrente”, analisou.
O vice-presidente da Amas contou ainda o plano de a Rede Comper inaugurar nova loja na Rua da Divisão, no Bairro Parati. Procurado pelo Campo Grande News, o grupo não respondeu e-mail sobre os projetos futuros.
Já a Rede Econômica estaria prestes a abrir novo supermercado na saída para São Paulo, na Avenida Guaicurus.
“Esses grupos tradicionais fazem pesquisa de mercado antes de investir. Com certeza, enxergam potencial em Campo Grande”, avaliou Gaedick.
Disputa acirrada – Vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados e proprietário de três unidades do Pag Poko, Adeilton Feliciano do Prado vê com preocupação a expansão das grandes redes na Capital sul-mato-grossense.
“O mercado está saturado na cidade. Só para você ter uma ideia, Campo Grande tem o maior número de atacadistas por habitante do Brasil”, revelou. “Aqui o jogo por cliente é bruto”, acrescentou.
Diante da disputa acirrada, Prado disse que vale tudo na corrida por fregueses. “Tem que ter muita promoção boa, tratar bem o cliente e se for preciso até carregamos eles no colo”, disse. Neste sentido, ele avalia que só o empresário “bem preparado sobrevive”.
Sem querer se identificar, outro dono de supermercado da Capital engrossou o discurso. Ele afirmou que, se novo empreendimento abrir as portas, “vai para a roça”. “Os grandes estão engolindo os pequenos”, declarou. “A gente sobrevive pela nossa história e na base da amizade construída ao longo de 30 anos no ramo”, acrescentou.
O empresário aproveitou ainda para se queixar da carga tributária e relatou favorecimento aos “grandes”. “Para trazer novos investimentos, os governos isentam impostos às grandes redes e para a gente só vem chumbo”, lamentou.