Sindicato estima prejuízo de até R$ 17 milhões por dia com fronteira fechada
Manifestantes bolivianos bloquearam a passagem de caminhões pedindo a realização do Censo Demográfico no país
Com a fronteira da Bolívia fechada há dois dias e, pelo menos, 700 caminhões impedidos de cruzar o trech9o que liga Corumbá e Puerto Quijarro, o Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística) estima que o prejuízo chegue a até R$ 17,9 milhões por dia.
“É muito difícil de calcular, mas eu estimo que o prejuízo possa ser de 3 a 5 mil dólares por dia, por caminhão parado, porque tem que contabilizar o prejuízo desde a fábrica até o consumidor”, explicou o presidente do Setlog, Lourival Vieira Costa Júnior.
Até o fim da manhã desta terça-feira (9), eram cerca de 300 caminhões parados no lado brasileiro e 400 no país vizinho. Apenas a passagem de pedestres era permitida.
O bloqueio, denominado como Paro Cívico, é feito pelos bolivianos como forma de protesto ao adiamento do Censo Demográfico para 2024, inicialmente previsto para novembro deste ano. É o segundo em menos de 15 dias.
A fronteira deve ser liberada às 18h desta terça. Contudo, o presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Mario Enrique Rodriguez, disse em entrevista ao Diário Corumbaense que deve haver outros bloqueios se o governo boliviano não der respostas sobre as reivindicações dos manifestantes em até uma semana.
“O que queremos é que o Censo Demográfico seja realizado até junho de 2023, no máximo. O último foi realizado em 2012, ou seja, de lá pra cá muita coisa mudou. Santa Cruz, conforme o último levantamento, tinha 2 milhões de habitantes, desde então, essa população cresceu, ainda mais com a migração de pessoas de outras cidades e departamentos da Bolívia, que optaram por viver lá. Então, isso afeta diretamente no repasse de verba pública para investimentos, políticas sociais, que deveria ser de acordo com o número de pessoas que vivem no departamento”, disse.