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Economia

Tarifaços seguidos na luz assustam e exigem medidas para baixar conta

Mariana Rodrigues e Juliene Katayama | 28/02/2015 16:49
Silva teve um aumento de mais de R$ 100 com a indicação da bandeira vermelha (Foto: Marcos Ermínio)
Silva teve um aumento de mais de R$ 100 com a indicação da bandeira vermelha (Foto: Marcos Ermínio)
Barros recorreu a medidas extremas para tentar economizar (Foto: Marcos Ermínio)
Barros recorreu a medidas extremas para tentar economizar (Foto: Marcos Ermínio)

A partir desta segunda-feira (2), a população irá pagar mais caro pela conta de luz, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou ontem (27) os novos valores tarifários que permitirão refletir o custo real para 2015. Apesar do aumento de 27,9% para os consumidores, ainda está previsto mais um reajuste para abril.

Segundo a presidente do Conselho dos Consumidores da Enersul (atualmente Energisa), Rosimeire Cecília da Costa, este aumento é apenas em relação ao despacho de energia. Por isso, o consumidor já pode esperar outro aumento para daqui 40 dias. "Não está o custo operacional, então vamos ter mais um impacto na tarifa no dia 8 de abril, que é o reajuste regular", explicou.

Cada bandeira que é classificada por uma cor e terá um acréscimo para cada 100 quilowatt-hora consumido. Na bandeira verde, por exemplo, não há acréscimo de impostos, já na bandeira amarela, a tarifa tem acréscimo de R$ 2,50. A bandeira vermelha é a que representa um maior custo para o consumidor R$ 5,50 e é a que vigorará no mês de março. O acréscimo é devido ao baixo nível de água nos reservatórios.

As bandeiras foram criadas para que o consumidor tenha um melhor gerenciamento de seu consumo de energia. Cleuza da Silva, de 51 anos, conta que sua conta de luz já está alta e ela teme pagar ainda mais caro. “Na minha casa, por exemplo, eu pagava cerca de R$ 115 pela conta de energia, agora minha conta subiu para R$ 218, isso é um absurdo com a população”, disse.

Silva disse ainda que está fazendo o que pode para tentar economizar. “Estou fazendo alguns ajustes como usar a máquina de lavar apenas uma vez na semana, tirar da tomada os aparelhos eletrônicos durante a noite, mas mesmo assim está difícil baixar o valor da conta”, disse.

Outra consumidora, Adriana Vieira Barros, de 29 anos, disse que está fazendo até rodízio de ventilador para economizar. “O aumento da conta de luz é totalmente abusivo, e ainda é cobrada em nossa conta de luz a taxa de iluminação pública que é precária na maioria dos bairros de Campo Grande, isso encarece ainda mais a nossa conta. Na minha casa a conta teve um aumento de R$ 35, mas já estamos fazendo economia, diminuímos o uso de vários aparelhos eletrônicos, e nesse calor temos que fazer até rodízio de ventilador”, afirmou.

O impacto para a região Centro-Sul será de 19,07%, enquanto para o Norte e Nordeste será de 3,69%. Em Mato Grosso do Sul, que importa a energia da Usina de Itaipu e paga em dólar, o consumir de baixo impacto, ou seja, residências, comércio e zona rural, o aumento será de 26,69% e para as indústrias de 31,27%.

A grande diferença no percentual de impacto é explicado por Costa pela metodologia utilizada que já completou 14 anos. "Descobriu que a metodologia é de 2001. Naquela época, a maioria do Estados Norte e Nordeste não estavam interligados no sistema nacional e como o rateio da conta é feito por todas as concessionárias de energia, pesa mais para o Centro-Sul", explicou.

Campanha - A presidente do Conselho disse que em breve deve iniciar uma campanha para o uso consciente da energia elétrica. A ideia divulgar uma tabela na parte de trás da conta de energia informando o quanto cada eletrodoméstico consome. "A campanha não será feita porque há previsão de faltar energia, mas para que o uso não seja excessivo e, consequentemente, que a conta não chegue tão cara", pontuou.

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