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Educação e Tecnologia

Alerta: sorte no "chute" não significa boa pontuação na 2ª etapa do Enem

Ter estratégia será fator determinante no segundo dia de prova do Enem, marcado para domingo, dia 12

Por Natália Olliver | 09/11/2023 07:55
Aluno faz exercício de prova do Enem, de edições anteriores (Foto: Alex Machado) 
Aluno faz exercício de prova do Enem, de edições anteriores (Foto: Alex Machado)

A segunda fase do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) será neste domingo (12) e, para ajudar os alunos no momento decisivo, professores de matemática dão dicas de como mandar bem na prova. A chave para o sucesso, segundo eles, é ter uma estratégia predefinida e conhecer o TRI (Teoria de Resposta ao Item). Na tradução, os estudantes precisam saber que se ele chutar e acertar uma questão difícil, mas errar uma fácil, não terá a nota esperada.

Higor Tosta, professor e diretor de ensino no Colégio Nota 10, em Campo Grande, explica que a TRI é o algoritmo usado pelo Enem para corrigir e dar nota às questões da prova, de uma maneira que impede os famosos "chutes".

“É uma teoria antiga, norte-americana, onde as questões dentro de uma prova não possuem o mesmo valor de pontuação. Na vida escolar, quando fazemos uma prova de 10 perguntas, cada uma vale 1 ponto. No Enem, embora o aluno não esteja vendo, cada questão tem um valor diferente a ser atribuído. Significa que duas pessoas com o mesmo acerto, provavelmente terão notas diferentes. O TRI analisa a coerência pedagógica”.

Estudantes entram na Unigran, na 1ª etapa do Enem, no último domingo (Foto: Juliano Almeida)
Estudantes entram na Unigran, na 1ª etapa do Enem, no último domingo (Foto: Juliano Almeida)

Para facilitar a compreensão, Higor dá exemplos aplicáveis e simples: imagine que um aluno está caminhando na frente e há um obstáculo que mede 1,5 metro. Ele pula tranquilamente, mas alguns passos depois tropeça em um que mede 50 centímetros.

“Não faz sentido. Então se você errar uma questão fácil e acertar uma difícil, que vale mais pontos, você não vai receber esses pontos por completo porque não teve coerência pedagógica. Na prática, significa que o aluno precisa não errar nas questões fáceis. Precisa ter estratégia de pontuação.”

De acordo com ele, a correção do exame é dada conforme a dificuldade da prova. Então, no segundo dia, a estratégia de fato será fator determinante e ela se dará ao saber controlar o tempo e não se perder nas questões.

“A chave é administrar tempo de prova, buscar questões mais fáceis para garantir a competência básica e a pontuação por questão, para a nota aumentar.”

Entenda como funciona a pontuação do Enem:

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Quem explica melhor sobre isso é o professor de matemática Luiz Henrique Almeida de Souza do Nascimento, de 31 anos. Para conseguir realizar a prova de maneira tranquila, o aluno teria que gastar menos de 4 minutos em cada questão. “Tendo em vista que são 5 horas de duração no segundo dia de aplicação e que, ao todo, são 90 questões, cada candidato dispõe de tempo médio de 3 minutos e 20 segundos para ler, interpretar e resolver”.

Para o docente, entender o TRI ajuda o aluno a traçar estratégias de como realizar a prova sem gastar muito tempo e garantir as questões mais simples. “Se ele tiver uma tática bacana, consegue fazer uma prova com desempenho melhor: começar pelas mais fáceis; se ver uma que travou, pula para próxima, dá um tempo, concentra nas mais fáceis e volta”.

Aluna escrevendo redação durante aula, em cursinho da Capital (Foto: Alex Machado) 
Aluna escrevendo redação durante aula, em cursinho da Capital (Foto: Alex Machado)

A teoria não é novidade para a estudante Victória Maria de Barros Costacurta, de 18 anos. Ao Campo Grande News ela revela que a técnica é de fato aplicável. “É super importante garantir as mais fáceis primeiro, com mais interpretação e imagens”. A expectativa é de que a segunda etapa da prova seja mais conteudista que a anterior. “A primeira fase foi bem cansativa, tinha bastante texto pra ler e muita interpretação, mas quanto ao conteúdo foi mais tranquilo”.

Enem - Em MS, 47 mil candidatos estavam inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio. O índice de abstenção no primeiro dia foi de 14.004 (29,5%), número inferior ao verificado em 2022, quando houve cerca de 15 mil (30%) faltantes. Neste domingo (12), os estudantes farão prova de Ciências da Natureza e suas tecnologias, e de Matemática e suas tecnologias.

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