Após pressão, Reitoria recua em mudanças no estatuto da UFMS
Após dar apenas 7 dias para mudanças profundas serem analisadas, instituição irá criar comissão
Após propor mudanças profundas no estatuto da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a reitoria teve de retirar as pautas de votação e vai criar comissão para debater as alterações com a comunidade acadêmica. A decisão foi tomada em reunião do Coun (Conselho Universitário), realizada na manhã desta quinta-feira, de forma remota.
Ao dar apenas sete dias para professores, técnicos e alunos analisarem as propostas em período de suspensão das aulas presenciais, a administração foi acusada de agir de forma antidemocrática.
Mudanças de regras estabelecidas pela Constituição Federal, por exemplo, foram sugeridas pelo reitor Marcelo Turine. O tradicional tripé pesquisa, ensino e extensão, que norteia a atuação das universidades no País, há 30 anos, deveria ser acrescida de “empreendedorismo e inovação”.
Conforme a carta a comunidade, divulgada pela Adufms (Associação dos Docentes da UFMS), ontem, outras propostas autorizava a captação de recursos financeiros por meio de fundos patrimoniais, ampliado, assim, as ações filantrópicas e, assim, tirando responsabilidade de investimento governo Federal e abrindo espaço para interferência externa nas decisões da universidade.
A pauta também incluía a maior utilização de atos Ad referendum, autorizando assim a reitoria a tomar mais decisões sem necessariamente consultar a comunidade acadêmica.
Medidas para sucatear o PAS-UFMS, programa de saúde dos servidores, que existe desde 1992 e atende 6 mil pessoas, também foi colocada em pauta.
Com o conselho optando pela retirada de pauta, a reitoria manteve em discussão apenas proposta relacionada a alteração da insalubridade dos profissionais de saúde do HU, mas o ponto foi reprovado. A sugestão pode reduzir até 30% no rendimento.