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Educação e Tecnologia

Com greve parcial no IFMS e UFMS, alunos lidam com incerteza sobre aulas

Parte dos campus anuncia que vai parar ou já está com todas as atividades suspensas

Por Cassia Modena e Idaicy Solano | 04/04/2024 11:25
Faixas afixadas na entrada da UFMS, em Campo Grande, avisam sobre greve (Foto: Henrique Kawaminami)
Faixas afixadas na entrada da UFMS, em Campo Grande, avisam sobre greve (Foto: Henrique Kawaminami)

Os campus do Instituto e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS e UFMS) estão funcionando parcialmente desde ontem (3), quando teve início uma greve nacional que reivindica melhorias salariais e na carreira pública de professores e técnicos administrativos.

O movimento segue por tempo indeterminado, já que o direito à greve é assegurado aos servidores. Conforme sindicalistas da educação federal de Campo Grande informaram no primeiro dia à reportagem, a expectativa é que reuniões para negociação agendadas amanhã (5) junto a representantes do Governo Federal possam resultar no encerramento.

Sabendo que nem todos os professores e técnicos administrativos pararam suas atividades, estudantes têm ido às aulas sem saber se acabarão dispensados.

Incerteza - Yasmin Gabrielly de Freitas, 17 anos, cursa o último ano do Ensino Médio no IFMS. Ela conta que a possibilidade de haver greve repercutia desde a semana passada entre os alunos, e que alguns professores até cogitaram adiantar avaliações por isso.

Estudante chegando no IFMS em Campo Grande, nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)
Estudante chegando no IFMS em Campo Grande, nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)

"Eles [os professores] estavam querendo adiantar algumas provas, outras coisas assim. Eu acho a notícia [sobre a greve] ruim porque a gente pode não se formar ainda este ano se demorar muito tempo para essa greve acabar", teme. No entanto, ela apoia o movimento. "Estão só lutando pelo direito deles", diz.

A adolescente acrescenta que, ontem e hoje (4), saiu de casa sem ter a certeza se iria encontrar professores nas salas e laboratórios abertos para as aulas práticas. Moradora do Bairro Los Angeles, ela reclama: "prejudica quem mora muito longe e tem que se deslocar para ter só uma aula no dia, às vezes".

Até ontem (3), 40% dos servidores do IFMS haviam aderido à greve, conforme levantou a reportagem. O Sista (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFMS e IFMS) foi questionado sobre o quantitativo de hoje, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

Ainda no primeiro dia de greve, o diretor-geral do campi de Campo Grande do IFMS informou que haverá reposição de aulas para não afetar a formação dos alunos.

Arthur Wust também tem 17 anos e apoia a greve no IFMS. Mesmo assim, fica preocupado com a possibilidade das reposições atrapalharem os estudos para o vestibular.

"A gente vai perder as aulas agora e vai ter que repor depois, seja em sábado letivo, seja perdendo parcialmente nossas férias. Pode acabar atrapalhando um pouco até o final do ano essa questão de vestibular e tudo mais. Fica a incerteza para as próximas semanas", fala o estudante.

No IFMS, os campus de Campo Grande, Dourados, Jardim, Naviraí e Nova Andradina informaram que há adesão parcial, com manutenção de atividades e aulas pelos funcionários que não quiserem se unir ao movimento grevista. Os de Aquidauana, Coxim e Três Lagoas comunicaram que preveem suspensão total das atividades a partir de segunda-feira (8).

Biologia - Ontem, estudantes do curso de Biologia da UFMS tiveram várias aulas canceladas porque professores aderiram à greve. Hoje de manhã, segundo relata a estudante Melissa Pestilhes, 19 anos, houve aula de uma disciplina, outra não.

Melissa, que estuda Biologia na UFMS (Foto: Henrique Kawaminami)
Melissa, que estuda Biologia na UFMS (Foto: Henrique Kawaminami)

"A gente teve aula de biodiversidade de fungos hoje, mas a de bioquímica foi cancelada", conta. Os laboratórios também seguem fechados para as aulas práticas por falta de técnicos, ela diz.

Já no curso de Jornalismo, por exemplo, as aulas e o acesso aos laboratórios de tecnologia não foram impactados, segundo a estudante Mariane Amorim, 18, ouviu dos professores e da coordenadora do curso. "Pelo menos no meu curso está tranquilo. A nossa coordenadora falou que os professores não vão entrar, então a gente fica tranquilo", falou.

O Campo Grande News questionou ontem a assessoria de imprensa da UFMS sobre os impactos da paralisação das atividades para a instituição e aos acadêmicos, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto.

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