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Educação e Tecnologia

Crianças e adolescentes mostram o futuro da ciência na SBPC Jovem

Merenda e ipê branco são alguns dos temas que despertaram a curiosidade dos jovens cientistas

Silvia Frias e Fernanda Palheta | 22/07/2019 12:08
Alunos estão reunidos no Moreninho e programação da Fetec faz parte da SBPC Jovem (Foto: Fernanda Palheta)
Alunos estão reunidos no Moreninho e programação da Fetec faz parte da SBPC Jovem (Foto: Fernanda Palheta)

A curiosidade pelo que acontece no cotidiano, seja em casa ou na escola, levou crianças e adolescentes a percorrerem o caminho da ciência, chegando até a 71ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), realizada este ano em Campo Grande. Os jovens cientistas, alguns com 8 anos, mostram potencial para futuras participações, quem sabe, como palestrantes na maior feira científica da América Latina.

A Fetec-MS (Feira de Tecnologia, Engenharias e Ciências de MS) é regularmente realizada em novembro, mas, este ano, a 9ª edição foi organizada para ser simultânea, integrada à SBPC Jovem. Os trabalhos estão expostos no Moreninho, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Foram inscritos 400 trabalhos, sendo selecionados 245 projetos de alunos a partir do 2º ano do Ensino Fundamental até Ensino Médio. “Estar dentro da SBPC torna a feira muito especial este ano”, disse o acadêmico de Filosofia da UFMS, Allison Vicente, responsável pela seleção dos trabalhos.

Entre os temas escolhidos, há projetos relacionados a gênero e sexualidade, alternativas sustentáveis para substituição do canudo de plástico e o desenvolvimento de equipamento de fala, semelhante ao utilizado por Stephen Hawking, porém, mais acessível.

Maria Luiza Silva de Souza, 11 anos, sempre teve vontade de comer algumas plantas, mas, não sabia se era possível. A partir do paladar peculiar, ela e as amigas Maria Vitória Lopes de Oliveira, 11 anos e Lívia Barbosa Córdoba, 10 anos, desenvolveram o estudo sobre plantas alimentícias não convencionais.

César e Julia falam sobre infestação de escorpiões (Foto: Fernanda Palheta)
César e Julia falam sobre infestação de escorpiões (Foto: Fernanda Palheta)
Alessandra e Louise desenvolveram uma composteira (Foto: Fernanda Palheta)
Alessandra e Louise desenvolveram uma composteira (Foto: Fernanda Palheta)

As meninas descobriram que as folhas dos ipês branco e amarelo são comestíveis e levaram para a Escola Municipal Irmã Edith Coelho Neto, no Jardim Colúmbia, alguns pratos curiosos, como salada de ipê branco. “Então pode comer?”, pergunta um curioso. “Não, né, tem que lavar antes”, alertou Maria Luiza.

A curiosidade para saber o que era feito das sobras da merenda levou Louise Pedrosa, 10 anos, e Alessandra Silva do Nascimento, 9 anos, até a Fetec. A partir da pesquisa na Escola Municipal Profª Ana Lúcia de Oliveira, desenvolveram uma composteira, com caixa d´água velha da instituição e o material produzido é usado na horta. Também criaram pontos de recolhimento de óleo para fazer sabão. “A gente está muito feliz de participar, as vagas eram limitadas”.

Na mostra, Julia Isabelly Fontes Vaz dos Santos, 10 anos e Cesar Lucas Aguiar, 11 anos, levaram o resultado da pesquisa sobre a infestação de escorpiões em Campo Grande. Os colegas costumavam levar esses animais em potinhos, contando que achavam em casa.

Os professores resolveram fazer levantamento sobre essa infestação e convocaram os alunos Julia Isabelly Fontes Vaz dos Santos, 10 anos e Cesar Lucas Aguiar, 11 ano, para a pesquisa. O questionário foi realizado com alunos do 3º ao 9º ano da Escola Municipal Profª Lenita de Sena Nachif. César explica que 43,74% encontram o aracnídeo dentro das residências.

“O assunto é muito interessante, mas ninguém dá a mínima”, sentenciou Cesar, dizendo que é importante falar sobre assunto para que as pessoas desenvolvam consciência do risco à saúde, que eles se desenvolvem em ambientes úmidos e sujos. O garoto disse que já pensa em novas pesquisas provavelmente nas áreas de interesse: robótica e saúde.

Estudantes descobriram que o ipê oferece mais que bela paisagem (Foto: Fernanda Palheta)
Estudantes descobriram que o ipê oferece mais que bela paisagem (Foto: Fernanda Palheta)
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