Projeto inovador coloca aluno como protagonista em escola municipal

Em Três Lagoas, a 327 km de Campo Grande, a Escola Municipal Olyntho Mancini despontou nacionalmente com projeto inovador na educação onde os alunos foram colocados como protagonistas no processo de aprendizagem durante o ano letivo de 2024.

Única do Estado selecionada para representar o Estado de Mato Grosso do Sul no Projeto “Ideias Inspiradoras”, promovido pelo CAEd (Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação), a Escola Municipal Olyntho Mancini desenvolveu a iniciativa com mais de 600 estudantes e 20 professores.

O coordenador da unidade, José Paulo, de 30 anos, explica que o processo de desenvolvimento da ação ocorreu através de várias vertentes, incluindo formação interna dos professores e desenvolvimento de atividades educativas com as turmas da educação infantil e fundamental, como gincanas.

Todo o trabalho foi repassado ao CAEd, que posteriormente selecionou a instituição sul-mato-grossense. “Em cima do que foi trabalhando no sistema de avaliação do CAEd, a escola fazia relatórios, ações desenvolvidas, os desafios, as metodologias, os resultados e eles faziam a análise desse documento”, diz.

Em Três Lagoas, o coordenador fala que no início do projeto, por meio de uma avaliação, foram identificadas as principais dificuldades dos alunos. Uma delas, por exemplo, era a da leitura.

“Quando se falava em leitura, falava-se muito em estudo de palavras, estudo de texto. Então era uma coisa muito ampla. [...] No CAEd ela veio com um parâmetro mais pontual, se o estudante ainda lê palavras, como que ele lê, se ele reconhece as letras, o alfabeto”, diz.

Entre as ações voltadas para esse tema está a “terça-feira literária”, onde os alunos eram convidados a ler um texto da própria escola, seja de livro ou escrito por eles mesmos, na frente dos demais alunos. “Foi muito bacana, incentivador, as famílias foram convidadas para prestigiar essa leitura”, completa.

A matemática também foi trabalhada ao decorrer do ano letivo com ações e abordagem diferenciada, segundo José Paulo. “Não apenas na questão de números e operações, que é o mais óbvio de pensar, mas também nas outras unidades temáticas, gráficos, tabela, geometria, trigonometria”, fala. No final do ano, o resultado desse trabalho foi apresentado pelos próprios alunos na escola.

No ano passado, os alunos que conquistaram as melhores notas e desempenho foram premiados, mas eles não foram os únicos, a escola também encontrou uma forma de premiar os demais pelo empenho, incentivando, assim, que eles continuassem a participar do projeto.

“Eles (alunos) voltavam para a sala felizes da vida, porque eles tinham melhorado, chegavam em casa e contavam para os pais. Então, isso foi muito bacana e nós vimos um vínculo maior com a família, com a escola, um vínculo maior também dos estudantes e dos professores”, pontua.

Apesar de ter sido trabalhada de forma coletiva na escola, a iniciativa permitiu a individualização de cada aluno. Ou seja, a equipe de professores conseguiu atuar de forma personalizada na formação dos estudantes.

Agora, o coordenador e a equipe de professores planejam dar continuidade ao projeto, já que muitos alunos estão matriculados no ano letivo de 2025.

“Nós já temos todo o mapeamento desse estudante com seus pontos altos e aqueles que merecem uma atenção maior. Durante a semana pedagógica, nós repassamos para os professores para dar continuidade ao trabalho”, conclui.

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