ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 26º

Enquetes

Demora na vacinação contra covid é culpa do governo federal, dizem leitores

Por lei, o PNI só pode ser feito pelo ente federal, que tem responsabilidade constitucional de comprar doses

Guilherme Correia | 26/05/2021 07:32
Por lei, municípios são obrigados a diretamente aplicar vacinas na população, mas dependem do repasse nacional de doses (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Por lei, municípios são obrigados a diretamente aplicar vacinas na população, mas dependem do repasse nacional de doses (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Maior parte, 72%, dos leitores que responderam enquete feita pelo Campo Grande News atribuem a culpa na demora do processo de imunização contra a covid-19 ao governo federal. Os demais 19% responsabilizam o governo estadual e o restante (8%) as prefeituras.

Ainda que o SUS (Sistema Único de Saúde) seja de responsabilidade compartilhada entre União, estados e municípios brasileiros, o Programa Nacional de Imunizações, criado em 1973, antes do SUS, estipula responsabilidade de definir as campanhas de vacinação ao governo federal - bem como a aquisição desses fármacos.

Nos comentários nas redes sociais, o leitor Hari Freitas diz que justamente por conta dessa obrigação constitucional em adquirir e distribuir os imunizantes, a responsabilidade pelo êxito ou não da campanha de vacinação tem de ser atribuída ao ente federal.

Vivemos em uma federação, o Ministério da Saúde é responsável por fazer distribuições aos estados. Resposta está dada", escreve.

Vale lembrar que mesmo assim, alguns entes estaduais podem participar do processo - como é o caso do Instituto Butantan, financiado pelo estado de São Paulo, que tem produzido maior parte das vacinas aplicadas em brasileiros.

Atualmente, Mato Grosso do Sul - que por lei é responsável pela distribuição e logística das doses - é o estado que mais vacina no País, ficando na primeira posição de ranking elaborado pelo jornal Folha de S. Paulo. Conforme dados verificados hoje, 26% da população recebeu ao menos uma dose e 12% foi imunizado com duas aplicações. Vale lembrar que o índice de imunizados (12%) só será significativo para que a pandemia seja contida quando beirar os 80%.

Apenas em Campo Grande, que tem sido uma das capitais que mais vacina, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) contabilizava nesta terça-feira (25) mais de 264,3 mil pessoas vacinadas com uma dose e 117,3 mil imunizadas com as duas aplicações.

PNI - Por lei, o Ministério da Saúde, vinculado ao governo federal, é responsável pela elaboração do PNI (Programa Nacional de Imunizações) de cada doença, que serão aplicadas pelos órgãos e entidades públicas estaduais e municipais.

O PNI define o Calendário Nacional de Vacinação, considerando os critérios epidemiológicos e o risco de adoecimento da população - portanto, a ordem de quem foi vacinado depende desses fatores.

A leitora Lucimar Boaventura é ainda mais enfática na hora de tecer críticas quanto ao processo de imunização. "A culpa é do governo federal. Aquele que nem máscara usa, imagina se preocupar em vacinar o povo".

A Joice Cintra relembra ainda o que foi muito discutido na CPI da Covid, sobre possíveis compras de vacinas da farmacêutica Pfizer. "Claro que o governo federal, que procrastinou em firmar contratos para aquisição da vacina, segundo o ex-ministro da Saúde, porque estava muito cara. Qual é o preço de uma vida mesmo?", questiona.

Em entrevista concedida neste mês ao Campo Grande News, o médico infectologista Rodrigo Nascimento comenta que países que adotaram caráter emergencial com mais antecedência quanto à prevenção ao coronavírus, sobretudo em relação aos imunizantes, já retornam atividades econômicas em geral com maior segurança e estabilidade.

"Tem que fazer uma campanha vacinal mais rápido possível e na maior quantidade de pessoas possível. Tem que ser massificada, como aconteceu em algumas doenças que já foram erradicadas, como poliomelite, sarampo ou varíola", explicou o infectologista.

Por fim, a leitora Eliza Prado também comenta as dificuldades na aquisição de imunizantes, que tem feito atrasar alguma das produções, e cita o derespeito à medidas sanitárias como fator para o crescimento da pandemia. "Pelo que sei só tinha insumo para fabricar a vacina que não é no estalar dos dedos. Ficou pronta, foi distribuída".

"Agora se vocês querem pular mais uma etapa e culpar alguém com tendencionalismo (sic). Por que vocês não perguntam se as pessoas não respeitam as medidas essenciais pra reduzir contágio?", indaga.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade


Nos siga no Google Notícias