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Enquetes

Em caso de violência contra mulher, 91% garantem que denunciariam vizinho

Ocorrências do tipo devem ser relatadas à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher

Aletheya Alves e Liniker Ribeiro | 22/08/2020 09:18
Em enquete, 91% garantiram que denunciariam vizinho em caso de violência contra mulher. (Arte: Ricardo Gael)
Em enquete, 91% garantiram que denunciariam vizinho em caso de violência contra mulher. (Arte: Ricardo Gael)

Apesar de autoridades policiais relatarem o contrário, 91% garantiram em enquete que denunciariam vizinho em caso de violência contra mulher. Infelizmente, o tema é assunto recorrente no Estado e, nesta semana, uma mulher morreu após ser esfaqueada pelo namorado.

Em 2019, foram registrados 18.689 boletins de ocorrência definidos como violência doméstica em Mato Grosso do Sul. Os dados são do Mapa do Feminicídio, produzido pelo Governo do Estado e que está disponível clicando aqui. De acordo com a enquete realizada nesta sexta-feira (21), 9% afirmaram que não iriam interferir nas agressões.

Servidor público, de 36 anos, que preferiu não se identificar, disse que denunciaria a violência sem pensar duas vezes.

Eu já presenciei esse tipo de violência até na minha família, entre meu pai e minha mãe. Tinha 16 anos, briguei com meu pai e levei minha mãe na delegacia. Acho que essa ação foi importante porque evitou uma situação mais grave.

Ainda de acordo com o servidor público, os vizinhos ficaram sabendo da agressão, mas não tomaram nenhuma atitude.

Concordando sobre denunciar, Elieu Fábio, de 34 anos e Angélica Pereira, de 27, disseram que também denunciariam. Para o casal, nem todas as pessoas pensam da mesma forma, já que o medo de sofrer alguma represália pode ser maior do que a vontade de ajudar.

Angélica Pereira, de 27 anos, disse que "tomaria as dores" da outra mulher. (Foto: Paulo Francis)
Angélica Pereira, de 27 anos, disse que "tomaria as dores" da outra mulher. (Foto: Paulo Francis)

Cuidadora de Idosos, Angélica explicou que um dos maiores motivos para realizar a denúncia seria porque “tomaria as dores” da outra mulher.

Também pensando na empatia, a promotora de vendas, Kelly Tatiane, de 38 anos, explicou que é necessário imaginar que a vítima poderia ser alguém familiar. “Essa história de que não podemos interferir em briga é relativo, na questão da agressão é necessário denunciar”.

Casos de violência contra a mulher devem ser denunciados à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Outra forma é acionar Polícia Militar pelo 190.

Casa da Mulher Brasileira, onde vítimas de violência de gênero são atendidas em Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Casa da Mulher Brasileira, onde vítimas de violência de gênero são atendidas em Campo Grande. (Foto: Arquivo)


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