Maioria não tomou remédios para "prevenir covid"
52% dos leitores que responderam enquete dizem não ter tomado medicações sem comprovação científica contra a covid-19
Alguns medicamentos têm sido receitados por profissionais de saúde ou até por quem não trabalhe nessa área, como sendo os "milagres" contra a covid-19. Seja com objetivo de prevenir a doença, ou para reduzir os sintomas, essas soluções, até o momento, não possuem comprovação científica, mas ainda assim são utilizados por parte da população.
Entre os leitores que responderam a enquete, que se encerrou hoje, 52% diz não ter ido atrás dessas alternativas para se protegem do novo coronavírus. Os outros 48% afirmam que tomaram algum tipo de remédio na busca por um "tratamento precoce".
Conforme reportado na semana retrasada, remédios como a ivermectina, hidroxicloroquina e azitromicina tiveram aumento expressivo na venda de caixas em todo o Brasil, e no Mato Grosso do Sul a situação não é diferente.
Mesmo sem aval de autoridades de saúde, nem comprovação de que possa combater a essa doença, alguns são indicados por parte da comunidade médica para curar ou suavizar sintomas. No início da pandemia, o CNS (Conselho Nacional de Saúde) já alertava para os riscos do uso da cloroquina e hidroxicloquina, por exemplo, medicações utilizadas contra a malária.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se posicionou contra o "uso rotineiro" da ivermectina para prevenção e tratamento da doença, e reforçou indicação apenas para uso conforme o que consta na bula, como no tratamento de escabiose e piolho.
Por fim, a azitromicina foi analisada em estudo da Universidade de Oxford, que concluiu que sua ineficácia para tratar sintomas iniciais do coronavírus. A pesquisa, feita por uma plataforma de estudos iniciada em março, analisou centenas de pacientes medicados com esse remédio, mas não foram verificados benefícios no tempo de recuperação.