Toque de recolher às 22h divide entre preocupação com comércio e medo da covid
51% dos leitores discordam dessa medida enquanto os outros 49% apoiam
Em votação acirrada, 51% dos leitores discordam de toque de recolher a partir das 22 horas até o domingo, como forma de fomentar vendas da semana do Dia das Mães, por receio à infecção por covid-19. Os outros 49% acreditam que o setor precisa desse auxílio para poder pagar as contas.
O governo estadual permitiu que o município de Campo Grande iniciasse semana com dois horários da medida restritiva feita para conter casos de coronavírus e acidentes, com objetivo de reduzir internações em hospitais públicos. Os períodos de toque de recolher são das 22 horas às 5 horas de quarta a domingo (5 a 9 de maio), e a partir daí voltam para ter início às 21 horas.
A Capital está, atualmente, em bandeira vermelha do programa Prosseguir, que elenca grau de risco alto para infecção por coronavírus e permite funcionamento de atividades essenciais e não essenciais de baixo risco. Só que, com essa "permissão", a cidade estará na bandeira laranja, de grau de risco médio para o contágio do vírus, com funcionamento de atividades essenciais e não essenciais de baixo e médio risco, durante os cinco dias que antecedem a data de comemoração às mães, prevista para o domingo (9).
Segundo publicação do executivo do Estado, a mudança da classificação das bandeiras atende "demanda dos setores do comércio e de serviços, para potencializar as vendas do Dia das Mães". Ainda segundo o governo, só foi possível essa avaliação "graças ao melhor desempenho da cidade dentro do Prosseguir".
Vale lembrar que Campo Grande reduziu, de forma bem sensível, internações por covid-19 e o tamanho da fila para vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Apesar disso, assim como todo Mato Grosso do Sul, o município ainda passa pela maior alta de casos e mortes desde o início da pandemia.
Leitores se dividem nas centenas de comentários feitos nas redes sociais do Campo Grande News, mesmo que os contrários à adoção da medida tenham se posicionado mais. A leitora Marfiza Santullo questiona: "o vírus foi avisado que nessa semana precisa pegar leve para o comércio vender? Será que ele vai entender?".
Além dela, o leitor Rogério Varanis, ao dizer que vai "esperar passar 15 dias e ver a explosão de casos para dar opinião", lembra que Campo Grande conseguiu reduzir casos, ao longo das últimas semanas, após a adoção de medidas mais restritivas e pelo lento avanço da vacinação em grupos específicos.
Portanto, caso haja algum evento que modifique a exposição e disseminação de coronavírus, os efeitos práticos só poderão ser identificados oficialmente após intervalo de pelo menos 14 dias.