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Esportes

A portas fechadas, federação e clubes avaliam propostas de mudanças no estatuto

Membros do governo, clubes e direção provisória avaliam propostas de reformulação na governança da federação

Por Jhefferson Gamarra e Gabriel de Matos | 06/08/2024 15:30
Membros da federação, governo e clubes reunidos para debater novo estatuto (Foto: Osmar Veiga)
Membros da federação, governo e clubes reunidos para debater novo estatuto (Foto: Osmar Veiga)

Nesta terça-feira (6), representantes dos clubes, membros do governo e a direção provisória da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) estão reunidos na nova sede da federação para discutir a elaboração de um novo estatuto. A reforma estatutária, prevista desde o afastamento do presidente licenciado Francisco Cezário, visa reestruturar a entidade após escândalos de desvio de recursos que levaram à prisão de membros da antiga diretoria.

O encontro, que acontece de portas fechadas, permite a entrada da imprensa apenas para registros fotográficos. Antes da reunião presidente interino da federação, Estevão Petrallás, destacou que a reforma do estatuto é um tema de interesse comum entre os clubes e a federação, e que as melhores propostas serão analisadas de forma democrática.

Estevão Petrallás, presidente interino da Federação de Futebol de MS (Foto: Osmar Veiga)
Estevão Petrallás, presidente interino da Federação de Futebol de MS (Foto: Osmar Veiga)

"Às vezes, em algumas federações, alguns clubes fazem lobby. Vota nisso, vota naquilo. Eu jamais faria isso. Ninguém direcionando voto. Aquele compromisso que nós havíamos feito lá atrás de reforma estatutária, como havia sido comprometido, a gente está aqui hoje pagando a promessa", afirmou Petrallás.

O novo mandatário do futebol ressaltou que a proposta de reforma está bem estruturada e possui quase 90% de aceitação entre os clubes, restando apenas ajustes pontuais a serem discutidos. "Alguns termos nós não chegamos no ajuste e provavelmente esses serão os termos que serão debatidos com destaques e eu penso que não passe de quatro ou cinco no máximo, mas a grande maioria, 92% desse estatuto, ele já veio encaminhado de uma forma que nós pudéssemos primeiro dar uma dinâmica diferente", explicou.

Um dos pontos que promete gerar debate é a exigência de que os presidentes da federação tenham experiência prévia como gestores de clubes, um tema ainda não pacificado entre os dirigentes. "Um ponto extremamente preocupante é a indicação do presidente da federação sem ter passado por uma presidência de clube. Eu só penso que o domínio dos clubes, no sentido de ele ter passado a experiência de presidente de um clube e poder se candidatar a presidente da federação, eles não podem perder, no meu modo de entender, essa hegemonia. O Brasil, Mato Grosso do Sul, seria uma exceção a todo o Brasil. Esse é o detalhe principal, talvez, dessa reunião", lembrou Petrallás.

A crise na federação teve início com a Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que resultou na prisão de Francisco Cezário e outros dirigentes. Eles são acusados de envolvimento em esquemas de desvio de recursos destinados ao desenvolvimento do futebol no estado. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) interveio, afastando a diretoria e nomeando Estevão Petrallás como presidente interino para conduzir a transição e reforma da entidade.

Desde então, a FFMS tem passado por um período de reorganização administrativa, com o objetivo de restaurar a confiança dos clubes e garantir uma gestão mais eficiente e transparente. A reforma do estatuto é considerada um passo fundamental nesse processo, visando estabelecer novas regras de governança e diretrizes para o futuro do futebol sul-mato-grossense.

Linha do tempo - Em 21 de maio, Francisco Cezário de Oliveira foi preso pela Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Gaeco, devido a suspeitas de corrupção e desvio de recursos na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). Seis dias depois, em 27 de maio, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nomeou Estevão Petrallás como presidente interino da FFMS, iniciando um período de intervenção com duração prevista até 27 de agosto.

Em 16 de julho, a junta governativa da FFMS convocou uma assembleia para discutir a reforma do estatuto e a possível destituição definitiva de Francisco Cezário. Três dias depois, em 19 de julho, durante uma reunião com o governador Eduardo Riedel (PSDB), Julio Brant, consultor de futebol e conselheiro do Vasco da Gama, destacou a necessidade de consenso entre os clubes para a reforma estatutária. Por fim, em 24 de julho, a assembleia inicialmente marcada foi adiada por decisão da FFMS, com o objetivo de buscar maior adesão e consenso sobre as propostas de reforma.

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