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Federação de Futebol volta a ser “caso de Justiça”, agora sobre conta bancária

Com presidente interino “sem tempo para perder”, esposa assumiu tratativa com o banco

Por Aline dos Santos | 27/07/2024 16:47


Bandeiras da FFMS em nova sede inaugurada no mês de junho. (Foto: Juliano Almeida)
Bandeiras da FFMS em nova sede inaugurada no mês de junho. (Foto: Juliano Almeida)

No centro de escândalo com a operação “Cartão Vermelho”, a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) voltou a parar na Justiça neste mês de julho. Desta vez, o presidente interino, que substitui Francisco Cezário de Oliveira (investigado por desvio de dinheiro), exigia que o Banco Itaú restabelecesse conta corrente da federação para voltar a receber Pix.

A conta bancária é a mesma que apareceu nas movimentações financeiras denunciadas na operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

O processo, que tramita na 1ª Vara Cível de Campo Grande desde o último dia 11, ainda mostra que o futebol de Mato Grosso do Sul, o terceiro pior do Brasil, segue sendo um negócio de família. Depois da temporária “queda” de Cezário e seus sobrinhos, todos alvos do Gaeco, o interino Estevão Petrallás designou para a esposa a função de dialogar com o banco.

“Pois o presidente da associação requerente não possuía tempo livre para perder no serviço de atendimento ao consumidor e junto aos funcionários do banco requerido”, detalha o pedido da federação. Foi anexada a certidão de união estável do casal ao processo, mas ela não é funcionária da FFMS.

Petrallás se tornou responsável pela conta bancária da federação de futebol após assumir o posto de interino, em maio. A conta é movimentada com pagamento de funcionários, serviços e recebe as taxas dos clubes e ligas associadas.

Em 26 de junho, o banco informou o encerramento da conta por motivos internos, com prazo de 30 dias para abrir uma nova.

“O prazo final para troca da conta bancária seria em 26 de julho de 2024. A federação estava terminando o processo de alteração do responsável legal na Receita Federal e conversando com outros bancos até que foi novamente surpreendida, pois, em 08 de julho de2024 a conta bancária da federação de futebol já estava sem Pix e sem qualquer serviço bancário, ou seja, toda movimentação realizada está gerando taxas e outros encargo”, aponta a defesa.

Print com reclamação foi anexado a processo. (Foto: Reprodução)
Print com reclamação foi anexado a processo. (Foto: Reprodução)

O documento destaca que a conta bancária da Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul é a mesma da FFMS. Mas os associados não estavam conseguindo pagar multas e custas dos processos. Também foram anexados prints de conversa com dirigentes reclamando da situação.

A defesa pedia que a conta fosse temporariamente restabelecida e pagamento de indenização de R$ 25 mil. Ainda não houve decisão da 1ª Vara Cível.

Neste sábado, a reportagem questionou a defesa sobre o processo. De acordo com a advogada Ana Paula Arnas Dias, a FFMS já trocou de conta, mas a ação será mantida.

“Pois, não obstante ter existido uma má prestação do serviço e após a demanda o serviço ter sido regularizado, estamos cobrando uma reparação moral à instituição”, diz a advogada.

A reportagem solicitou informação ao Itaú, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

Cartão Vermelho - Em 20 meses, a investigação do Gaeco constatou que grupo liderado por Cezário desviava valores, provenientes dos cofres estaduais (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), em benefício próprio e de terceiros.

Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da federação de futebol, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertar os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema.

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