Após ouro no Chile e “hermanos fregueses”, base da seleção vibra com título
Seis jogadores que jogam no Estado foram campeões no Parapan-Americano
Com o ouro no peito e o título na bagagem, os sul-mato-grossenses campeões Parapan-Americanos no futebol de PC (Paralisados Cerebrais) no último dia 25 no Chile voltaram para o Estado. Apesar dos contornos dramáticos e vitória por 1 a 0 na prorrogação diante da Argentina, os brasileiros destacaram que os “hermanos” são, na verdade, fregueses da seleção Canarinho.
“Estreamos com vitória contra eles por 2 a 1. A final foi diferente, outra situação, mais difícil, porém mais gostoso, né?”, disse Jefferson Luiz, 47 anos. Ex-jogador profissional com passagens por Marília, Mirassol e Ituano, o jogador sofreu um acidente em 2009 e foi integrado ao grupo 10 anos mais tarde, disse que as rixas são as mesmas e que dentro de campo, a coisa sempre esquenta por conta da rivalidade entre as equipes.
“A seleção principal e a sub-17 recentemente perderam, nós conseguimos sobressair. Estou feliz pela minha conquista inédita, tivemos o espírito necessário e vencemos apesar de jogar quase toda a final com um jogador a menos”, falou.
Artilheiro da competição com cinco gols, Matheus Aparecido Cardoso, de 26 anos, disse que ficou surpreso com seu desempenho individual e que o principal objetivo neste momento é conquistar o Campeonato Mundial, nunca vencido pela seleção. “Nunca fomos campeões mundiais e estamos num caminho muito bom para conseguir chegar. Estamos muito contentes de ver que nossos treinos dão resultado no Campeonato Brasileiro e na Seleção, ver o patamar alto que podemos chegar”, disse ao Campo Grande News.
Perguntado sobre a decisão, Matheus disse que apesar das dificuldades de jogar com um a menos, o jovem disse que os argentinos são muito fregueses do Brasil. “Foi difícil jogar com um a menos, provocação o tempo todo, mas os caras são muito fregueses da gente, nunca perdemos para eles”, disse o jogador do Clube Caira, atual vice-campeão brasileiro, título perdido para o Vasco em agosto deste ano.
Campeão Brasileiro e atleta do Vasco, o campo-grandense Leonardo Morais, 26 anos, está na Capital junto dos amigos. Com família na Vila Piratininga, Leonardo Morais disse que o alto nível técnico do futebol sul-mato-grossense da modalidade é um dos principais do país, entretanto, o clube carioca consegue ofertar uma estrutura melhor.
"A rivalidade fica dentro de campo, tenho meus amigos daqui sempre no coração. Em geral fico por aqui, mas vou para o Rio de Janeiro cerca de dois meses antes da competição por conta do suporte do clube, lá é melhor hoje”, falou.
Apoio - Treinador do Clube Caira e auxiliar-técnico da Seleção Brasileira no Parapan-Americano, Marcos dos Santos Ferreira disse que Campo Grande é celeiro de grandes atletas na categoria e que, frequentemente, é “assediado” por clubes e seleções rivais sobre os treinamentos em Mato Grosso do Sul, realizados no Rádio Clube Campo. “Há algum tempo somos celeiro de atletas na seleção, frutos nossos trabalho para não deixar a modalidade cair. Muito gratificante ir para a seleção com vários atletas do Estado”, falou. Ao todo, seis atletas da seleção campeã jogam no Caira: Heitor Camposano, Moacir Matos, Jefferson Luiz, Matheus Cardoso, Cesar Aguiar e Angelo Mota, os dois últimos residem em São Paulo e Brasília, respectivamente.
A competição - Invicto, o Brasil estreou no torneio contra a Argentina com vitória por 2 a 1. Na sequência, 11 a 1 diante do Canadá e triunfo por 2 a 0 contra os Estados Unidos. No último jogo da fase de grupos, o Brasil venceu a Venezuela por 5 a 0. Com as duas melhores campanhas após sistema todos contra todos, Brasil e Argentina se reencontraram na final, vitória do Brasil com gol solitário de Cezar Augusto Batista, após rebote do goleiro.
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